A mandíbula é uma das regiões faciais mais acometidas por traumas, em razão de sua situação de proeminência no terço inferior da face, com aumento relevante de casos nos últimos anos. O tratamento para as fraturas visa restaurar a função, anatomia e estética pré-trauma. O tratamento das fraturas de face pode ser realizado por intermédio das técnicas conservadoras ou cirúrgicas. Dessa maneira, o método de tratamento deve ser escolhido após avaliação minuciosa das características clínicas da fratura. O presente artigo tem o objetivo de apresentar um caso clínico de fratura de parassínfise, cabeça da mandíbula e processo coronoide, de um paciente do gênero masculino, com 23 anos, vítima de acidente motociclístico, admitido no Serviço de Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilofacial do Hospital Universitário da UFMS. No exame clínico, esse paciente apresentou queixas álgicas, degrau em região de parassínfise direita e côndilo mandibular esquerdo e alteração oclusal com mordida aberta anterior. No exame tomográfico, observou-se fratura de parassínfise direita, cabeça da mandíbula esquerda e processo coronoide ipsilateral. Após o diagnóstico, o tratamento consistiu em tratamento conservador da cabeça da mandíbula com instalação de barra de Erich, associado à redução e fixação de parassínfise e processo coronoide, e bloqueio maxilomandibular, sob anestesia geral, para promover a estabilização oclusal. O paciente permaneceu em bloqueio maxilomandibular por 45 dias. Dessa maneira, a associação entre a abordagem cirúrgica e o tratamento conservador com barra de Erich e bloqueio maxilomandibular possibilitou o restabelecimento da função dos movimentos mandibulares e da estética facial bem como a oclusão satisfatória.