UFRN, Natal-RN, BrasilPor que os antropólogos desenhavam e por que pararam de fazê-lo? Com questões como essas em mente, o presente artigo busca percorrer e recuperar de forma fragmentária partes de uma possível história do desenho na antropologia, bem como os regimes de visualidade que a atravessam, com o objetivo de apresentar o estado da arte da relação entre desenho e antropologia em torno do século XXI. Como observa Ballard (2013), assistimos a uma "virada gráfica" no presente, quando diversos antropólogos voltam a desenhar, renovando nossas perguntas iniciais: por que alguns antropólogos desenham atualmente e quais são os efeitos dessa prática em suas metodologias/resultados de pesquisa? Ao levantar tais questões, este artigo pretende iluminar os caminhos passados, atuais e, quiçá, futuros do desenho na antropologia. Palavras-chave: desenho, antropologia gráfica, métodos, visualidade desenho e AntRopologiA: ReCupeRAção históRiCA e momento AtuAl 2 A mão é ação, ela cria e, por vezes, seria o caso de dizer que pensa. Henri Focillon, Elogio da Mão Os desenhos feitos por antropólogos têm uma história passada e atual pouco conhecida na antropologia, tanto é que, na maior parte das vezes, a menção ao assunto é prontamente mal 1 Aina Azevedo é doutora em antropologia pela Universidade de Brasília, fez pós-doutorado na University of Aberdeen, Escócia, e trabalha atualmente como professora substituta na Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Brasil. Contato: ainaazevedo@gmail.com. 2 A pesquisa bibliográfica que deu origem a este artigo foi desenvolvida durante o estágio de pós-doutorado na University of Aberdeen. Agradeço à CAPES pela bolsa que viabilizou tal projeto de pesquisa e, consequentepag. 16 CADERNOS DE ARTE E ANTROPOLOGIA