Objetivo: O estudo visou investigar o teor e a estabilidade físico-química da formulação oral líquida obtida a partir de cápsulas gelatinosas moles de tretinoína (ATRA) no veículo óleo/água, visto a demanda desta formulação para pacientes entubados em tratamento de leucemia promielocítica aguda. Métodos: As análises foram realizadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE) acoplada a detector UV, utilizando coluna C-18. A corrida foi executada com fase móvel composta por água ultrapura com ácido acético glacial 0,5% (v/v) como solvente A e acetonitrila como solvente B, em corrida isocrática (25:75) (A/B), com fluxo de 1 mL/min, temperatura de 30°C e detecção em 355 nm. A injeção da amostra foi de 10 μL e o tempo de corrida foi de 12 min. As formulações orais foram preparadas a partir de ATRA (Vesanoid, FQM) em óleo mineral/água ultrapura (3:7) (v/v), por processo de dissolução e aquecimento a 40ºC, em dosadores orais protegidos da luz e conservadas sob refrigeração (2 - 8°C). As análises foram realizadas nos dias 1, 2, 3, 7, 9 e 14. Resultados: A preparação extemporânea apresentou estabilidade física visual aceitável, com alteração de aspecto pelo enrijecimento da fase aquosa corrigida com aquecimento da formulação em banho-maria a 40°C. O teor de ATRA foi considerado adequado até o D3, conforme a Farmacopeia Brasileira (FB) 6ª edição, apresentando 103,3%, 94,8% e 95,6%, nos dias 1, 2 e 3, respectivamente. A concentração de isotretinoína, produto de degradação, variou de 0,16% a 1,44%, entre os dias 1 e 14, respectivamente. Conclusão: Os resultados sugeriram que a preparação oral líquida apresentou teor satisfatório e estabilidade físico-química por até 48 horas após o preparo, quando conservada protegida da luz e sob refrigeração, conforme preconizado pela RDC 67/2007.