RESUMO -O crescimento de resíduos de equipamentos elétricos e eletrônicos (REEE) tem ganhado importância mundial. Os telefones celulares ganham destaque entre os REEE pelo ciclo de vida curto e quantidade de materiais perigosos que possuem. Nas suas telas de LCD há uma mistura de óxido de estanho (10-20%) e índio (80-90%), denominada ITO. O índio (In) é um metal precioso de recursos relativamente limitados. Assim, o presente trabalho possui como objetivo a obtenção de um método eficaz para extração de In presente em telas LCDs de telefones celulares. Foram realizadas lixiviações com CO 2 supercrítico, utilizando ácido cítrico e peróxido de hidrogênio como cosolventes, variando temperatura, tempo de processo e pressão. A concentração de In extraída foi determinada por absorção atômica (AAS), sendo recuperado cerca de 85% do metal, a uma temperatura de 80°C e pressão de 150 bar.
INTRODUÇÃOO rápido crescimento das inovações tecnológicas nos últimos anos vem mudando a maneira de trabalho, comunicação e interação da sociedade. Este crescimento tão rápido das inovações faz com que os EEE se tornem obsoletos em poucos anos ou até mesmo em meses (Araújo et al., 2012;Townsend et al., 2011). Atualmente, entre os resíduos sólidos, os REEE são os que mais crescem no mundo, sendo este crescimento até três vezes mais rápido quando comparado com outras correntes de resíduos (Herat et al., 2012).Os telefones celulares ganham destaque entre os REEE, já que no mundo atual são considerados indispensáveis devido à facilidade que proporcionam à vida cotidiana. Williams et al., 2011). Telefones celulares são constituídos basicamente por teclado, bateria, display de cristal líquido (LCD), placa de circuito impresso, antena e outros acessórios. Em sua composição podem ser encontrados cerca de 40 elementos químicos, dos quais, 20 são metais Silveira et al,. 2010).Nas telas de LCDs, por exemplo, há multicamadas de materiais, entre as quais uma mistura de óxido de estanho e índio (ITO), composta de 80-90% de óxido de índio (In 2 O 3 ) e 10-20% de óxido de estanho (SnO 2 ), que reveste uma das camadas de vidro. A produção de telas LCDs tem se expandido, aumentando, consequentemente, a demanda por índio. (Dodbiba et al., 2012;Liu et al., 2009).