Stolf N A G, Brandão C M A, Faber C N, Pêgo-Fernandes P M, Costa R, Jatene A D -Pseudo-aneurisma em tubo valvulado de pericárdio bovino corrugado após reconstrução da aorta ascendente: relato de caso. Rev Bras Cir Cardiovasc 1999; 14 (4): 340-3.RESUMO: Os autores descrevem o caso de paciente que, 9 anos após a correção cirúrgica de um aneurisma de aorta ascendente com tubo valvulado de pericárdio bovino corrugado, evoluiu com a formação de um pseudo-aneurisma de aorta localizado, posteriormente, sobre a linha de sutura do tubo de pericárdio bovino. Foi realizada substituição do tubo de pericárdio bovino por tubo de Dacron valvulado (com prótese mecânica) e reimplante dos óstios coronários utilizando-se a técnica de hemi-Cabrol. O tempo de seguimento pós-operatório do paciente é de 12 meses, permanecendo assintomático. A correção dos aneurismas da aorta ascendente durante muitos anos representou um grande desafio aos cirurgiões. Muitas das dificuldades foram amenizadas após a introdução da técnica cirúrgica proposta por BENTALL & DE BONO (1) , em 1968, que consistia na troca da aorta ascendente acompanhada do reimplante dos óstios coronários. Para tal substituição dispomos de um grande número de próteses tubulares valvuladas, de diversos materiais, sendo as mais comuns em nosso meio as próteses de Dacron e as de pericárdio bovino. O pericárdio bovino preservado em glutaraldeído tem sido usado em nosso meio desde 1979 para ampliações da aorta (2) . Posteriormente, iniciou-se a utilização de tubos de pericárdio bovino valvulados para a substituição da aorta ascendente, tendo como vantagens a flexibilidade e a maleabilidade do tecido na feitura das anastomoses, o baixo custo e a impermeabilidade ao sangue (dispensando a necessidade de pré-coagulação do tubo), diminuindo, assim, o sangramento pós-operatório (3)(4)(5) . SALLES et al. (4) desenvolveram um tubo de pericárdio bovino corrugado, que apresenta uma sutura dupla de poliéster multifilamentado, o que permite que o tubo seja cortado sem que haja deiscência na linha de sutura, tendo, na época da publicação do trabalho, operado uma série de 10 pacientes portadores de aneurisma de aorta ascendente ou dissecção aórtica, onde se substituiu a aorta ascendente por este tubo, apresentando bom resultado em período médio de seguimento de 8 meses, não relatando, neste período, nenhum problema relacionado à prótese.