Objetivo
Calcular as velocidades médias da dilatação de pupila
para classificar a gravidade da lesão derivada da escala de coma de
Glasgow, estratificada por variáveis de confusão.
Métodos
Neste estudo, analisaram-se 68.813 exames das pupilas para determinar a
velocidade normal de dilatação em 3.595 pacientes com
lesão cerebral leve (13 - 15), moderada (9 - 12) ou grave (3 - 8),
segundo a escala de coma de Glasgow. As variáveis idade, sexo,
raça, tamanho da pupila, tempo de permanência na unidade de
terapia intensiva, pressão intracraniana, uso de narcóticos,
classificação pela escala de coma de Glasgow e
diagnóstico foram consideradas confundidoras e controladas para
análise estatística. Empregou-se regressão
logística com base em algoritmo de classificação com
aprendizado de máquina para identificar os pontos de corte da
velocidade de dilatação para as categorias segundo a escala de
coma de Glasgow.
Resultados
As razões de chance e os intervalos de confiança desses fatores
se mostraram estatisticamente significantes em sua influência sobre a
velocidade de dilatação. A classificação com
base na área sob a curva mostrou que, para o grau leve, na escala de
coma de Glasgow, o limite da velocidade de dilatação foi de
1,2mm/s, com taxas de falsa probabilidade de 0,1602 e 0,1902 e áreas
sob a curva de 0,8380 e 0,8080, respectivamente, para os olhos esquerdo e
direito. Para grau moderado na escala de coma de Glasgow, a velocidade de
dilatação foi de 1,1mm/s com taxas de falsa probabilidade de
0,1880 e 0,1940 e áreas sob a curva de 0,8120 e 0,8060,
respectivamente, nos olhos esquerdo e direito. Mais ainda, para o grau grave
na escala de coma de Glasgow, a velocidade de dilatação foi de
0,9mm/s, com taxas de falsa probabilidade de 0,1980 e 0,2060 e áreas
sob a curva de 0,8020 e 0,7940, respectivamente, nos olhos esquerdo e
direito. Esses valores foram diferentes dos métodos prévios de
descrição subjetiva e das velocidades de
dilatação previamente estimadas.
Conclusão
Observaram-se velocidades mais lentas de dilatação pupilar em
pacientes com escores mais baixos na escala de coma de Glasgow, indicando
que diminuição da velocidade pode indicar grau mais grave de
lesão neuronal.