Ecologia social do risco psicológico em meio urbano

Abstract

O presente trabalho debate o problema da experiência humana das contingências impostas e propostas aos urbanitas pelo espaço construído que os envolve, que molda as suas vivências e que por eles é também moldado. Fenómenos tradicionalmente apontados como factores de risco psicológico para os habitantes das cidades (tais como a sobredensidade populacional, a massificação, o estilhaçamento dos laços sociais directos, a normalização cultural, a habitação em altura ou a sobrecarga de estímulos) são analisados e discutidos, numa perspectiva de relativismo subcultural. São discutidos igualmente diversos aspectos ligados aos impactes de formas arquitetónicas residenciais no comportamento residencial dos residentes, e são apresentados dados sobre os impactes de condições ecológicas verificáveis em áreas urbanas degradadas nos comportamentos e vivências de pessoas aí residentes.

Psicologia ambiental: Um esboço sobre o seu desenvolvimento em Portugal e no mundo

“…Nos diversos trabalhos em que reflectiu sobre o ambiente urbano (Soczka, 1984(Soczka, , 1988(Soczka, , 2005, teve sempre a preocupação de aliar uma perspectiva ecológica e pluridisciplinar à procura de aplicações dos seus resultados. A sua linha de pesquisa sobre o bairro da Musgueira Sul (Soczka et al, 1985;Soczka, 1989), utilizando a abordagem da Ecologia Social na compreensão das relações no bairro e no desenvolvimento infantil (Soczka et al, 1988), marcou uma geração de investigadores que por ali passou, teve impacto nas políticas de realojamento da Câmara de Lisboa e promoveu a interdisciplinaridade.…”