“…Além do que, é de conhecimento geral que os jesuítas, após o restabelecimento do Colégio de São Paulo em 1653, tinham à sua disposição uma rede de aldeias diretamente administradas por eles e, por esse motivo, poderiam recorrer a oficiais indígenas entre os quais havia pedreiros, carpinteiros, entalhadores, ferreiros e outros artífices que trabalhavam de forma quase gratuita para a Companhia de Jesus nas suas obras, como documenta um memorial sobre o governo temporal do Colégio de São Paulo do padre Luigi Vincenzo Mamiani Della Rovere (1652-1730) dirigido ao padre provincial Francisco de Mattos em 1701 (Zeron;Velloso, 2015, p.120-37). A agência, muitas vezes cifrada e invisível, indígena, mestiça e, mais tarde, africana, deveria, portanto, ser considerada um componente intrínseco à produção artística em São Paulo e, especialmente, nas suas primeiras manifestações documentadas, ou seja, os retábulos da igreja do Colégio de Santo Inácio, das últimas décadas do século XVII (Martins, 2018, p.244).…”