Este artigo objetiva analisar o estabelecimento de um padrão sucessório das famílias camponesas, alicerçado na permanência dos jovens camponeses e no desenvolvimento do “ofício de agricultor”. A metodologia empregada pautou-se no estudo de caso. A pesquisa foi desenvolvida no município de Pedro Velho, estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil. A amostra correspondeu a 16% dos agricultores familiares camponeses e os dados foram coletados através da aplicação de questionários com 28 famílias rurais (pais/mães, filhos/as, totalizando 56 respondentes). O trabalho mostra a problemática da sucessão do ofício de agricultor, bem como expõe limitações e anseios dos agricultores familiares camponeses e filhos(as) que tentam permanecer na atividade agropecuária. Embora sem padrão sucessório definido, grande parte dos(as) jovens expressou desejo de continuar o ofício de agricultor(a). Entretanto, seus projetos de vida são frustrados pela sua limitada capacidade produtiva e pela carência e descontinuidade das políticas públicas de desenvolvimento rural, especialmente o acesso a terra.