Educação dos surdos no Brasil: um percurso histórico e novas perspectivas

Abstract

Este artigo discute algumas questões teóricas de bilinguismo (BAKER, 2004; GROSJEAN, 1982; MYERS-SCOTTON, 2006), tendo como foco a educação de surdos no Brasil (FELIPE, 2006; FERNANDES, 1990; LACERDA; LODI, 2009; QUADROS, 2012) e suas implicações na constituição do sujeito surdo. As reflexões sobre as questões linguísticas dentro do espaço escolar têm mostrado uma tendência bilíngue para a educação de surdos. Esse método pedagógico considera a língua brasileira de sinais (libras) como língua de instrução, e o ensino da língua portuguesa, como segunda língua, na modalidade escrita. Os estudos revisados neste artigo revelam que é necessária uma reflexão sobre o processo de inclusão dos alunos surdos na escola e que esta não pode ser ancorada simplesmente na inserção desses alunos com os alunos ouvintes em salas regulares, conforme presenciamos hoje nas escolas públicas (FELIPE, 2006). São necessárias mudanças na estrutura escolar, no que diz respeito à validação dos direitos linguísticos dos surdos, uma vez que as relações didático-pedagógicas consideram as peculiaridades das diferentes modalidades de ambas as línguas, bem como a relação entre língua, cultura, identidade do surdo e interação, fatores fundamentais em seu desenvolvimento escolar e social.

Decisões metodológicas: sugestões para iniciados e iniciantes em Estudos Críticos do Discurso

“…Atualmente, a abordagem bilíngue, que reconhece a língua de sinais como a língua de instrução (L1) e a língua vernácula escrita como segunda língua (L2), é considerada eficaz para o ensino de surdos. Isso respeita a identidade linguística da comunidade surda e promove o seu desenvolvimento social e cultural (Lacerda, 1998;Gesser, 2012;Figueiredo, 2017).…”

Sequência didática como ferramenta para o ensino de português para alunos com deficiência auditiva

“…Durante muito tempo, os surdos foram tratados como sujeitos incapazes que precisavam ser curados (OLIVEIRA;FIGUEIREDO, 2017;MORI;SANDER, 2015), o que causou enormes prejuízos sociais e educacionais. Felizmente, a legislação brasileira mais recente vem no auxílio das pessoas com surdez e/ou deficiência auditiva, reservando direitos de grande importância a essa comunidade.…”

“…Outra dificuldade observada é a falta de entendimento de que esse aluno precisa de um atendimento especializado, pois o ensino do português escrito precisa ser pensado de forma diferente para esse público (PERLIN, 1998;QUADROS, 1997, 2012FIGUEIREDO, 2017). Um instrumento importante é a avaliação diagnóstica, visto que é preciso compreender aquilo que o aluno já conseguiu construir, e posteriormente, ajudá-lo a aprender e desenvolver aquilo que é possível naquele momento de sua vida.…”

Construction of a video about condom use for deaf and hearing people

“…Diante da especificidade da cultura surda, relacionada primariamente com a comunicação, aliada aos mitos e tabus envolvidos na temática de sexualidade, é preciso ampliar o olhar para integrar práticas educativas inclusivas, tendo em vista ser improvável que suas necessidades sejam alcançadas por programas para a população, em geral. Assim, faz-se necessária a utilização de comunicação inclusiva por meio de uma linguagem visuoespacial, sendo característica do uso da Língua Brasileira de Sinais (Libras) (8) .…”