Educação e fronteira com o Paraguai na historiografia matogrossense (1870-1950)

Abstract

O presente estudo tem como objeto as abordagens realizadas pela produção historiográfica mato-grossense sobre a fronteira com o Paraguai, e as formas de educação aí desenvolvidas, no período referente ao final do século XIX e na primeira metade do século XX. O objetivo geral é analisar as interpretações das primeiras obras produzidas pela historiografia regional sobre a fronteira e a educação. Compõem-se de duas partes. A primeira, intitulada Fronteira com o Paraguai e educação nos memorialistas matogrossenses, descreve um conjunto de cinco memorialistas e suas abordagens. A segunda, denominada Fronteira com o Paraguai e Educação na produção historiográfica matogrossense analisa um conjunto de quatro historiadores. Todos os autores foram analisados separadamente e destacadas as respectivas singularidades. A teoria que norteia a análise é a ciência da história, tal como concebeu Marx. Além das obras analisadas foram consultadas obras da historiografia, documentos oficiais e obras clássicas.

A criação e instalação do Curso Normal Regional Princesa Isabel no Território Federal de Ponta Porã

“…Apesar de ser uma área de pecuária extensiva, já despontava, sobretudo no município de Dourados, a atividade agrícola. Além disso, abarcava um enclave econômico significativo na história de Mato Grosso, sobretudo até a Primeira República, a extração da erva mate, realizada fundamentalmente por meio da exploração da Empresa Mate Larangeira e, subsidiariamente, por meio de pequenos proprietários (CENTENO, 2007;CORRÊA FILHO, 1957). Aliás, a instalação dessa empresa de capital estrangeiro, neste momento histórico sediada em Buenos Aires, numa ampla faixa fronteiriça, se não o único, foi um dos motivos centrais para se entender a preocupação do Estado com a nacionalização dessa fronteira, tendo a educação como um dos pilares de sua presença, elementos a serem discutidos neste artigo.…”

“…..] no setor obras públicas o desmoronamento está sendo completo. (REIS, 2005, p. 12 apudCENTENO, 2007, p. 113).TantoCenteno (2007) como Santos(2016) enfatizam que, em que pese a importância das mudanças realizadas na educação durante o período de existência do Território, teria sido impossível, em pouco tempocerca de três anose apenas com a abertura de escolas e o início de uma nova dinâmica voltada para a formação de professores, criar as condições necessárias, tanto materiais, como sociais e políticas, para alterar o quadro educacional na região. econômico, como no político e social.…”