O presente artigo tem como objetivo apresentar os principais conceitos do Modelo Bioecológico de Urie Bronfenbrenner, refletindo sobre suas contribuições para a Educação Inclusiva, de forma geral, e para a compreensão do possível efeito das barreiras atitudinais nos processos de desenvolvimento e aprendizagem da pessoa com deficiência, de maneira mais específica. Enquanto perspectiva teórico-metodológica, o Modelo Bioecológico enfatiza o papel central da pessoa em seus processos de desenvolvimento e aprendizagem, sem deixar de ressaltar a importância de suas relações sociais nos diferentes ambientes que frequenta. Nessa perspectiva, a escola, ambiente rico em interações sociais diversificadas, constitui-se um espaço privilegiado para o processo de desenvolvimento humano das pessoas com e sem deficiências. As barreiras atitudinais se manifestam como entraves ao estabelecimento de interações pessoais com a reciprocidade e afetividade necessárias para a constituição de processos proximais capazes de promover o desenvolvimento. Embora o Modelo Bioecológico tenha sido pouco usado nas pesquisas sobre Educação Inclusiva e barreiras atitudinais, a análise de seu arcabouço teórico permite sinalizar as potencialidades desta perspectiva para a compreensão e o estudo dos temas abordados, assim como a responsabilidade da escola na construção de sensibilidades, motivações e habilidades fundamentais para o cuidado entre os seres humanos.