Esta pesquisa representa uma tentativa inicial de dissociar o papel das características das famílias, escolas e regiões no desempenho dos alunos, com vista a apoiar a formulação de políticas educacionais. São utilizados modelos estatísticos multinível para os dados portugueses do PISA 2015. Os resultados revelam o poder preditivo das variáveis socioeconómicas que influenciam o desempenho dos alunos associadas ao contexto familiar e à composição escolar. A variância regional explicada pela composição individual ou escolar em relação ao nível socioeconómico varia de 20% a 24%. O impacto depende principalmente da variabilidade entre as escolas. A variação explicada devido às diferenças regionais é menor que 5%. Controlado o nível socioeconómico, algumas regiões apresentam menor variância regional do que a região metropolitana de Lisboa, mostrando que os seus alunos tendem a obter pontuações mais elevadas. São discutidas algumas implicações de investigação e de politicas. A dimensão regional permite ampliar as formas de examinar quais os recursos educacionais que influenciam o desempenho dos alunos. Por sua vez, a descentralização das políticas educacionais parece ser necessária na busca de estruturas adequadas à governação educacional local para lidar com os efeitos em grupos desfavorecidos.