A conversa sobre a morte é considerada no processo histórico de evolução humana alvo de sentimentos de negatividade e evitação, sendo um símbolo na prática médica de fracasso e impotência. Essa visão de estudos da morte como área negligenciada e atrelada à uma carga de peso e divergência do objetivo médico em salvar vidas, reduz os espaços de educação e capacitação nas escolas médicas frente à comunicação de más notícias e ao desenvolvimento de habilidades no contato com familiares e paciente sobre o processo de passagem da vida em seu ciclo tendo como a morte o ponto final de encerramento de uma história e merecendo ser tratada como um cuidado personalizado, humanizado e centrado na pessoa. Considerando a fragilidade das escolas médicas na abordagem da morte, o presente trabalho traz uma revisão narrativa e reflexiva sobre momentos de transição e impactos na formação do estudante de medicina que contribuem para a perpetuação da abordagem fragmentada, fria e evitativa, na desvalorização do ensino de humanidades e da melhoria de qualidade de vida em todas as fases do ciclo da vida, áreas que fazem interface entre a formação em medicina de família e cuidados paliativos.