A Mimosa ophthalmocentra Mart. ex Benth é uma planta comum na Caatinga, encontrada freqüentemente em muitos ambientes, contudo pouco estudada. As presenças de microrganismos são importantes fatores que podem reduzir o vigor germinativo in vitro das sementes, assim protocolos de desinfestação são desenvolvidos para proporcionar assepsia, qualidade das plantas e aumento na cadeia produtiva, por isso, a propagação in vitro a partir de sementes apresenta-se como uma alternativa para o fornecimento de plantas sadias livres de patógenos. Diante da necessidade de estudos mais detalhados sobre a germinação é que esta pesquisa propõe-se avaliar o potencial de germinação de sementes de M. ophthalmocentra Mart. ex Benth, visando determinar a melhor qualidade de substrato para a sua germinação e desenvolvimento vegetativo, além de verificar a ação do melhor agente desinfestante e seu tempo de exposição. O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos Vegetais da UFCG. As sementes foram provenientes de matrizes situadas no sítio Lagoa da Cruz no município de Sumé, região semiárida da Paraíba, onde foram separadas e selecionadas. Foram utilizados cinco tratamentos de desinfestação: sementes inoculadas diretamente no meio, sem tratamento para desinfestação (T1), imersão em álcool 70% por 10 minutos, associado com a imersão em NaOCl nas concentrações de 2,0% e 1,5% por 10 e 30 minutos respectivamente (T2 e T3); álcool 99,3% por 20 minutos, associado com a imersão em NaOCl nas concentrações de 1,0% e 0,5% por 20 e 40 minutos (T4 e T5). As sementes foram, então, submetidas à desponte e posteriormente inoculadas em potes de vidro e placas de petri contendo os substratos Ágar-água e papel tipo Germitest respectivamente. Todos os processos de desinfestação, desponte e inoculação, foi realizado em câmara de fluxo laminar com todos os materiais autoclavados e com as devidas precauções de assepsia. O delineamento foi inteiramente casualizado, em quatro repetições por tratamento, sendo cada repetição composta por 10 unidades amostrais (sementes), em esquema fatorial 5x2 (agente desinfestante x substratos). Os resultados mostraram que o ágar-água foi o melhor substrato aplicado, pois ele atingiu os melhores percentuais de germinação, primeira contagem e velocidade de germinação, e o melhor tratamento de desinfestação foi o T2. Dessa forma, a imersão por 10 minutos em álcool 70%, e 10 minutos em hipoclorito de sódio na concentração de 2,0% não influenciaram a germinação das semente, proporcionando a melhor desinfestação, quando estas foram utilizadas no substrato ágar-água.