Introdução: Os transtornos mentais representam um impacto substancial na saúde pública global, refletindo-se negativamente na qualidade de vida e funcionalidade social e econômica dos indivíduos. Objetivo: Analisar a associação de fatores sociodemográficos e hábitos de vida com a ocorrência de transtornos mentais em adultos residentes no Brasil. Método: Estudo transversal utilizou dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019. Foram investigadas variáveis sociodemográficas e comportamentais, como sexo, idade, raça, escolaridade, tabagismo e consumo de alimentos ultraprocessados. Utilizando análises de regressão de Poisson, foram explorados os fatores associados aos transtornos mentais na amostra total. Foi estabelecido um nível de significância de p<0,05. Os resultados foram apresentados em Razão de Prevalência ajustada (RPaj) com respectivo intervalo de confiança de 95% (IC95%). Resultados: Neste estudo com 88.531 adultos, 6,5% (IC95%: 6,1-6,8) relataram transtornos mentais. Observou-se variações nas prevalências de transtornos mentais por sexo, sendo mais alta entre mulheres (RPaj = 2,04; IC95%: 1,84-2,26). A associação significativa foi encontrada entre uma maior incidência de transtornos mentais e idade mais jovem (18 a 24 anos: RPaj = 1,50; IC95%: 1,23-1,82; 25 a 39 anos: RPaj = 1,58; IC95%: 1,37-1,82 e 40 a 59 anos: RPaj = 1,59; IC95%: 1,40-1,80), raça branca (RPaj = 1,54; IC95%: 1,31-1,81)), maior escolaridade (variando de RPaj = 1,21; IC95%: 1,07-1,38 para ensino médio completo/superior incompleto a RPaj = 1,45; IC95%: 1,26-1,67 para ensino superior completo ou mais), ausência de companheiro (RPaj = 1,29; IC95%: 1,17-1,42) e residência urbana (RPaj = 1,35; IC95%: 1,17-1,56). Ex-fumantes e fumantes também exibiram uma maior incidência em comparação com não fumantes (RPaj = 1,35; IC95%: 1,22-1,50 e RPaj = 1,33; IC95%: 1,16-1,51, respectivamente). Conclusão: Os resultados destacam a influência de fatores sociodemográficos e comportamentais nos transtornos mentais em adultos brasileiros, incluindo sexo feminino, idade jovem, raça branca, maior escolaridade, ausência de companheiro e residência urbana. Ex-fumantes e fumantes também mostraram maior incidência. Essas descobertas enfatizam a necessidade de políticas de saúde mental para promover o bem-estar e reduzir a prevalência desses transtornos na população adulta do Brasil.