Resumo O aumento da concentração de manganês e o crescimento controlado de grão austenítico são artifícios de baixo custo que podem aumentar a temperabilidade de aços baixo e médio carbono comuns, permitindo que estes materiais possam ser aplicados em situações que exijam maior resistência mecânica. Este trabalho estudou o efeito destes dois parâmetros sobre as transformações de fase em dois aços médio carbono estruturais geralmente aplicados na industrial agrícola, naval e automobilística por meio da utilização de dilatometria, gerando dados quantitativos ainda pouco publicados na literatura técnica para estes materiais com valor agregado relativamente baixo, mas com grande volume de produção e aplicação no Brasil. Pôde-se verificar que os dois aços são originalmente constituídos por ferrita primária e perlita, mas em função do diferente histórico de fabricação, o aço com menor teor de manganês se apresentou originalmente mais refinado. Esta microestrutura original influenciou significativamente a etapa de re-austenitização dos aços, assim como o tamanho de grão austenítico final. Durante o resfriamento contínuo, foi possível confirmar que tanto o aumento do teor de manganês como o crescimento de grão austenítico aumentaram significativamente a temperabilidade do aço, promovendo, de forma combinada, um aumento de dureza que pode chegar nas proximidades de 200HV. Palavras-chave:Aço estrutural médio carbono; transformação de fases, teor de manganês, temperatura de austenitização.