Efeitos dos agrotóxicos na saúde auditiva de trabalhadores rurais

Abstract

Introdução: O agrotóxico é um assunto complexo e está pulverizado em diversas instituições e ações, tanto no âmbito do SUS como em outros órgãos de governo, necessitando urgente de constituição de um grupo para viabilizar a articulação das diferentes instâncias. Objetivo: verificar os efeitos da contaminação por agrotóxicos na saúde auditiva de trabalhadores rurais. Material e Métodos: Participaram 8 trabalhadores rurais com no mínimo dois anos de experiência. Os trabalhadores selecionados foram submetidos a dois questionários e avaliação audiológica, por meio dos seguintes procedimentos: entrevista específica, questionário de qualidade de vida no trabalho, audiometria tonal liminar e de alta frequência, logoaudiometria, imitanciometria. A coleta de dados foi realizada na Clinica de Fonoaudiologia da Faculdade de Odontologia de Bauru-Universidade de São Paulo. Resultados: Na avaliação audiológica os resultados encontrados mostraram normalidade, de acordo com padrões pré-estabelecidos, entretanto os participantes foram orientados a realizar acompanhamento devido à faixa limite de normalidade na audiometria convencional e altas frequências, assim como a presença de recrutamento em alguns indivíduos. Conclusão: Os resultados sugerem que as exposições constantes aos agrotóxicos podem causar alterações do sistema auditivo periférico, mesmo que não haja presença de ruído no local de trabalho. Este estudo, e muitos outros, propõem dados que demonstram a importância de programas de prevenção quanto à exposição ao agrotóxico na saúde do trabalhador, implementar o controle dos agentes, assim como a vigilância. Outros trabalhos com uma população mais robusta devem ser desenvolvidos de forma a expor as evidências de comprometimento periférico.

Audiological findings of family farmers exposed to pesticides

“…Despite the evidence of risk of damage induced by agrochemical exposure to both auditory and general health described in the literature (3)(4)(5)(6)(7)(8)(9)(10)(11)(12)(13)(14)21,(23)(24)(25)(26)(27)(28) , government officials, health professionals and workers are either unaware of or ignore this issue.…”

Bioestimulação de sementes de soja com luz de comprimento de onda 660 nm

“…Essas tecnologias vão desde a criação de cultivares transgênicos, pesquisas nas áreas de biotecnologia e melhoramento genético, até o desenvolvimento de novos agrotóxicos. 26 Entretanto, as consequências do uso exarcebado dessas substâncias nas lavouras brasileiras, assim como o uso indiscriminado de fertilizantes, vêm sendo reportadas em casos de intoxicação de trabalhadores rurais, [27][28][29][30][31] contaminação de alimentos, [32][33][34] e poluição ambiental. [35][36][37][38][39] Conforme o artigo 2 o da lei N o 7.802 de 11 de julho de 1989, 40 os agrotóxicos são classificados como:…”

Validação do Questionário CAP - \"Conhecimento atitudes e práticas\" em gestantes expostas a agrotóxicos no Estado do Paraná

“…Quando comparamos os dados dessa pesquisa aos valores obtidos em outros protocolos, com outras populações, observamos algumas controvérsias no que se referem tanto ao conhecimento, as atitudes e as práticas, quanto ao processo de validação, que serão comentadas 132 no decorrer desta discussão (GOLDMAN et al, 2004;LORENZ et al, 2012;CASSOL;MAGNI, 2015).…”

“…Em estudo anterior a este, onde se realizou a tradução deste mesmo questionário, as análises foram realizadas por trimestre de gestação e as gestantes de maneira geral demonstraram conhecimento satisfatório sobre os agrotóxicos, sendo que quanto maior o trimestre de gestação, maior foi o conhecimento (CASSOL;MAGNI, 2015). Outros estudos desenvolvidos, utilizando o questionário CAP e com objetivos semelhantes, verificaram que as gestantes também apresentavam altos índices de conhecimento nas respostas, e um deles relacionou com a escolaridade, uma vez que os índices de conhecimento eram maiores nas gestantes com mais alto nível de escolaridade.…”

“…Este fato retratou uma situação que fere a legislação, uma vez que o receituário agronômico deveria ser emitido a partir de visitas às propriedades por profissionais não vinculados ao setor de comercialização, já que isto representa um interesse implícito para aumentar as vendas, implicando na aplicação de dosagens maiores ou até mais tóxicas que as necessárias. Estudos tem apontado a necessidade de programas de prevenção quanto à exposição ao agrotóxico na saúde do trabalhador, com controle e vigilância dos agentes BULOW, 2008;CASSOL;KANAZAWA;SZEKUT;LOPES, 2020).…”