Efeitos Transgeracionais Do Tabagismo Materno Durante a Gestação E Amamentação

Abstract

Aproximadamente 250 milhões de mulheres são fumantes em todo o mundo. Estes indivíduos continuam o uso do fumígeno inclusive durante a gravidez podendo ocasionar graves consequências às suas proles. Diante disso, no presente trabalho objetivou-se realizar uma revisão de literatura sobre os efeitos transgeracionais do tabagismo materno durante a gestação e amamentação, usando como banco de dados o Lilacs, Pubmed e Scielo. Foi possível observar que o tabagismo materno durante a gestação pode levar a alterações fisiológicas, biológicas e hábitos alimentares nas diferentes fases do desenvolvimento do indivíduo ocasionando danos irreversíveis aos mesmos devido às programações cardiometabólicas durante as etapas cruciais do seu desenvolvimento.

Associação entre amamentação, fatores obstétricos e perinatais com o desenvolvimento neuropsicomotor infantil

“…O estudo revelou, adicionalmente, que 50% apresentaram o tabagismo durante a gravidez com variáveis incompatíveis (compatível e parcialmente compatível) com o desenvolvimento motor infantil. O tabagismo materno durante a gravidez e a amamentação pode afetar todas as fases do desenvolver da vida da criança, ocasionando assim graves consequências, pois toda a vida do indivíduo pode gerar programações cruciais do seu desenvolvimento motor (Massago, & Dworak, 2018). Maia, Pereira e Menezes (2015) afirmaram que o tabagismo pode ocasionar problemas perinatais como os citados pelas mães no estudo, como: episódios de hemorragia na gravidez, descolamento de placenta e nascimentos prematuros, devido à nicotina isso pode ocasionar falta de oxigenação pra placenta.…”

Ciência da disseminação em DOHaD para a promoção da saúde nas futuras gerações

“…O tabagismo ainda reduz a ingestão de alimentos e aumenta as demandas de vitaminas antioxidantes. A superexposição aos glicocorticoides, ao baixo suprimento de nutrientes e hipóxia fetal aumentam o risco de RCIU, prematuridade, defeitos congênitos (como membros reduzidos, lábio leporino e anoftalmia), síndrome da morte súbita infantil, doenças respiratórios (como asma e hipertensão pulmonar), distúrbios neurocognitivos e comportamentais (como déficit de atenção, hiperatividade e adicção), menarca precoce, obesidade, hipertensão e diabetes (DIAMANTI et al, 2019;GUERTZENSTEIN, 2016;MASSAGO;DWORAK, 2018). Embora a indústria de tabaco possa caracterizar o cigarro eletrônico (ou comprimidos e adesivos de nicotina) como seguros, os profissionais de saúde devem desencorajar o uso entre as gestantes, assim como o tabagismo e a exposição passiva pelas evidências suficientes de consequências adversas pela nicotina (CRUME, 2019).…”

“…O tabaco além de reduzir os níveis de ocitocina e prolactina e consequentemente a produção de leite, pode causar apatia, vômitos, recusa de sucção e redução das células β-pancreáticas. Os efeitos de longo-prazo da nicotina consumida através do leite materno, incluem hiperfagia, aumento do tecido adiposo visceral, hiperleptinemia, resistência central à insulina e leptina, redução da capacidade termogênica do tecido adiposo marrom, esteatose hepática, diabetes e disfunção tireoidiana KUZUHARA, 2016;MASSAGO;DWORAK, 2018).…”