O uso do cavalo, como forma de terapia em diferentes situações de saúde, remonta a civilizações antigas, onde os benefícios da interação dos cavalos com os seres humanos, para a saúde e o bem-estar já era conhecido. Em relação a utilização de cavalos em terapias com seres humanos, no Brasil temos o conceito de equoterapia, sendo um método terapêutico e educacional, utilizando uma abordagem interdisciplinar, com vistas a auxiliar no desenvolvimento de pessoas com limitações e/ou pessoas com deficiência. Indivíduos com diferentes deficiências, como a síndrome de Down, paralisia cerebral, transtorno do espectro autista (TEA), indivíduos com transtornos psiquiátricos, idosos, entre outros, podem se beneficiar deste método terapêutico. Este estudo avaliou o impacto da equoterapia em indivíduos com TEA sob a perspectiva dos terapeutas. Ao analisar 1196 sessões semanais de 30 minutos de 2017 a 2022, o estudo focou no progresso registrado pelos terapeutas nos prontuários de atendimento dos praticantes. A análise de conteúdo foi realizada seguindo a proposta de Bardin (2011), onde os termos foram analisados e categorizados em indicadores, os quais formaram três dimensões: Habilidades Motoras (HM), Linguagem e Comunicação (LC) e Interação Social (IS). Foi realizada a análise estatística descritiva de 31 participantes (81,2% homens, 18,8% mulheres, idade média de 8,3 anos), e uma análise de série temporal que revelou melhorias na dimensão de HM, especialmente na coordenação motora ampla, equilíbrio e postura. Também são observadas mudanças positivas nas dimensões de LC e IS. Os resultados destacam os avanços percebidos pelos terapeutas na dimensão de HM. Este estudo de caso destaca o impacto positivo da equoterapia em indivíduos com TEA, mostrando melhorias nas dimensões de HM, LC e IS.