Resumo Objetivo Verificar o efeito da repetição de estímulos âncoras no julgamento perceptivo auditivo do desvio vocal predominante realizado por estudantes de fonoaudiologia; analisar a relação entre o número de dimensões vocais dos estímulos sonoros e a acurácia; e investigar a relação entre o desvio vocal predominante e a acurácia. Método Participaram da pesquisa 54 estudantes de fonoaudiologia, divididos em: Grupo Com Repetição - GCR com 28 alunos; e Grupo Sem Repetição - GSR, 26 alunos. A amostra vocal consistiu de 220 vozes humanas disfônicas, vogal /ε/. O GCR escutou três estímulos âncoras, uma voz rugosa, uma soprosa e uma tensa, no início da tarefa e a cada 20 vozes. O GSR escutou os estímulos âncoras somente no início da tarefa de avaliação. Estas classificações foram comparadas com respostas referências produzidas por 3 fonoaudiólogas experientes. Analisamos a acurácia e a confiabilidade intra e interavaliadores, a correlação entre número de dimensões vocais e acurácia e a relação entre desvio vocal predominante e acurácia. Resultados Os grupos tiveram desempenhos semelhantes na acurácia do desvio vocal predominante. A confiabilidade intra e interavaliadores foi discretamente maior no GCR. A acurácia dos alunos foi inversamente proporcional ao número de dimensões vocais presentes nos estímulos. O desvio vocal de maior acurácia foi a soprosidade, e a de menor, a tensão. Conclusão A repetição dos estímulos âncoras melhorou a confiabilidade dos estudantes, mas não se mostrou efetiva na acurácia da classificação do desvio vocal predominante. O número de dimensões vocais nos estímulos sonoros interferiu na acurácia dos alunos.