A severidade de doenças em plantas pode ser afetada por práticas, como a aplicação de herbicidas para o controle de plantas daninhas. Por isso, objetivou-se apresentar e discutir a relação do uso de herbicidas na severidade de doenças de plantas cultivadas. Após contato, os patógenos tentam infectar e colonizar os hospedeiros, enquanto que estes também utilizam de mecanismos para se defender da infecção. Os tricomas, a cutícula e as ceras epicuticulares são barreiras à penetração. Compostos fenólicos, enzimas e fitoalexinas são substâncias sintetizadas pelas plantas e tóxicas aos patógenos. A ação herbicida influencia a severidade de doenças de maneira indireta sobre os mecanismos de defesa das plantas ou de forma direta, quando apresenta efeito tóxico aos patógenos. O efeito de adjuvantes presentes na formulação comercial dos herbicidas provoca degradação dos tricomas, das ceras epicuticulares e da cutícula, favorecendo a penetração dos patógenos. Efeitos prejudiciais na fisiologia e metabolismo secundário das plantas, provocados por herbicidas, afeta a síntese de compostos de defesa supracitados. Entretanto, as moléculas herbicidas podem inibir a germinação de esporos e crescimento de hifas fúngicas, o que implica na redução da infecção e colonização. Pontos necróticos decorrentes da ação herbicida podem tornar as plantas menos propensas à ocorrência de ferrugens, míldios e oídios que são causadas por fungos biotróficos. Os herbicidas ainda possuem efeitos secundários como a redução populacional de plantas hospedeiras alternativas e de insetos vetores. A relação entre herbicidas e severidade de doenças em culturas figura como importante ferramenta para o manejo fitossanitário de forma integrada.