RESUMOOBJETIVO. Analisar as alterações histomorfológicas e respiratórias em modelo de lesão pulmonar aguda por sepse em ratos tratados com pentoxifilina. MÉTODOS. Foram utilizados 15 ratos adultos distribuídos em três grupos (n=5, por grupo), assim constituídos: GC -receberam apenas ventilação mecânica; GS -Animais sépticos tratados com solução salina e mecanicamente ventilados; GS+PTX -Animais sépticos, com infusão de pentoxifilina e mecanicamente ventilados. Todos os animais foram ventilados por um período de 180 minutos. Ao final deste período, foram avaliadas variáveis gasométricas (gasometria arterial), gravimétricas (relação peso úmido/peso seco), concentração de proteínas totais no lavado broncoalveolar e histomorfométricas (espessura dos septos alveolares). Os dados obtidos foram submetidos a análise estatística (P < 0,05) RESULTADOS. A pressão parcial de oxigênio ao final do experimento mostrou-se elevada no grupo GS+PTX (460,0 ± 38,2 mmHg) em relação ao grupo GS (336,0 ± 14,6 mmHg) (P < 0,05). No grupo GS, a concentração de proteínas no lavado broncoalveolar encontrou-se aumentada em relação aos demais grupos; no entanto, se mostrou atenuada após a administração de pentoxifilina. Notamos, pela morfologia em todos os grupos avaliados, vasodilatação nos septos alveolares e no grupo S alguns alvéolos apresentaram-se repletos de macrófagos. Estes aspectos foram atenuados no GS+PTX. A espessura dos septos alveolares mostrou uma significante redução no grupo GS+PTX quando comparado com o grupo GS (P < 0,05). CONCLUSÃO. A pentoxifilina restabelece a oxigenação e reduz os efeitos deletérios do processo de sepse em associação à ventilação mecânica com baixo volume corrente. UNITERMOS: Sepse. Lesão pulmonar aguda. Ventilação mecânica. Citocinas. Pentoxifilina.
ASPECTOS HISTOMORFOLÓGICOS E RESPIRATÓRIOS EM MODELO DE LESÃO PULMONAR AGUDA POR SEPSE EM RATOS TRATADOS COM
INTRODUÇÃOA lesão pulmonar aguda (LPA) e a síndrome do desconforto respiratório agudo (SDRA) na sepse são eventos comuns, afetando aproximadamente 43% de todos os pacientes e associada a um aumento significante na mortalidade, superior a 80% quando associada à falência de outros órgãos [1][2][3][4] . Um dos pontos primários nas medidas terapêuticas na sepse severa e choque séptico é prover uma adequada oxigenação e recebimento de oxigênio 5 . Vários estudos experimentais demonstraram que altos volumes correntes e pressão positiva ao final da expiração (PEEP) elevados causam uma ruptura no endotélio e epitélio pulmonar, inflamação, atelectasia, hipoxemia e liberação de mediadores inflamatórios 6,7,8 . Estudos clínicos demonstraram que a ventilação com baixo volume corrente pode melhorar estes índices 9,10 , sendo que estes achados estão bem relatados na redução da lesão por insuflação/desinsuflação pulmonar 11,12 , menor barotrauma 13 e diminuição da produção de mediadores inflamatórios 6,14,15 . Na literatura são referidos trabalhos que avaliaram os efeitos do suporte ventilatório na disfunção pulmonar e na resposta inflamatória sistêmica em ani...