A hipocalcemia é uma doença metabólica relativamente comum em vacas leiteiras durante o período de transição, momento em que ocorrem profundas modificações hormonais, anatômicas e fisiológicas no organismo animal visando preparar a fêmea para o parto e posterior produção de leite. A referida pode ocorrer de duas formas: a forma subclínica, quando os valores de cálcio sérico se situam abaixo de 8,5 mg/dL e a forma clínica quando dos valores de cálcio abaixo de 5,5 mg/dL. Os prejuízos causados à bovinocultura de leite são consideráveis, sobretudo na forma subclínica de ocorrência, em que a ausência de demonstração de sintomatologia clínica dificulta o diagnóstico. A doença geralmente ocorre em torno de 24 a 48 horas após o parto, onde se há um decréscimo nos níveis séricos do cálcio circulantes, uma vez que se tem uma grande demanda para produção do colostro e para o parto. O diagnóstico clínico baseia-se no histórico e nos sinais clínicos do animal, e através da mensuração do mineral no sangue. A terapêutica clínica com soluções à base de cálcio demonstra bons resultados a campo quando do diagnóstico rápido e preciso. Entretanto, vale ressaltar que a profilaxia é a melhor opção, melhorada por um bom manejo nutricional no período seco e de transição, pelo acompanhamento do ECC, emprego de dietas aniônicas concomitantemente ao monitoramento da acidificação do pH urinário. Ademais, tem sido citada como uma alternativa para prevenção da hipocalcemia, o fornecimento de drench para vacas periparturientes como uma das alternativas de profilaxia à doença. A presente revisão objetiva elencar a etiologia, sintomatologia clínica, diagnóstico, tratamento e profilaxia da hipocalcemia em bovinos leiteiros.