Áreas de florestas nativas tem sofrido danos severos gerando ambientes degradados, visando a recuperação dessas áreas o mercado de produção de mudas de espécies arbóreas nativas vem ganhando espaço. A fim de suprir essa demanda a inoculação de mudas nativas com fungos micorrízicos arbusculares (FMA) pode auxiliar no desenvolvimento das mudas produzidas em viveiro, além de auxiliar no estabelecimento em campo. No entanto, o tipo de substrato utilizado pelos viveiristas restringir o funcionamento dessa simbiose refletindo no desenvolvimento e desempenho das espécies arbóreas em campo. Na primeira etapa da Tese, realizou-se um experimento em delineamento inteiramente casualizado com quatro tratamentos: dois substratos, Antuérpia e Ouro Verde e dois tratamentos de inoculação (sem e com espécies de FMA) com cinco repetições e um segundo experimento avaliando o efeito da inoculação e do substrato sob a assembleia de FMA residente na rizosfera de seis espécies arbóreas nativas utilizando um delineamento experimental semelhante ao primeiro estudo. No primeiro experimento foram avaliados: a altura, o diâmetro do caule, a biomassa seca da parte aérea e a colonização micorrízica. A inoculação micorrízica não promoveu o crescimento inicial das 13 espécies arbóreas nativas estudadas, porém, todas as plantas foram colonizadas pelos FMA. Em geral, o substrato Antuérpia promoveu melhor desenvolvimento e maior colonização micorrízica das mudas em comparação àquelas crescidas no substrato Ouro Verde. No segundo estudo, a assembleia de FMA é influenciada pela adição do inoculante, modificando a estrutura e a composição da comunidade nativa. Além disso, constatou-se que as mudas de espécies arbóreas nativas podem associar-se preferencialmente a certos grupos de FMA, sendo os gêneros Acaulospora, Glomus e Paraglomus os mais abundantes nos substratos estudados. Na segunda etapa da Tese, mudas de seis espécies arbóreas nativas foram transplantadas para o campo. Adotou-se o delineamento em blocos casualizado em parcelas subdivididas, sendo as parcelas compostas pelos substratos (Antuérpia e Ouro Verde), e as subparcelas pelos tempos (6 e 12 meses). Foram avaliadas a altura, o diâmetro do caule, a biomassa seca parte aérea (BSPA), a taxa de crescimento relativo (TCR), taxa de volume do tronco (TVT), a área foliar total (AFT) a área foliar específica (AFE), bem como os atríbutos fisiológicos (fluorescência variável e máxima - Fv/Fm, Clorofila a, b e total) e o número de glomerosporos. Como esperado, houve um forte efeito do tempo nos parâmetros de crescimento e na fisiologia da maioria das espécies arbóreas nativas estudadas. Todas as espécies arbóreas, como esperado tiveram maior altura, diâmetro do caule e TVT aos 12 meses. Por outro lado, não foi observado efeito do substrato nos parâmetros avaliados, com exceção de Tabernaemontana hystrix que teve sua razão Fv/Fm influenciada pelo substrato. Constatamos que aos seis meses Pterogyne nitens e Joannesia princeps apresentaram maior AFE, enquanto Colubrina glandulosa apresentou maior conteúdo de clorofila a e total aos 12 meses (estação chuvosa). Conclui-se que o substrato influencia na eficiência da inoculação micorrízica em fase de viveiro, porém, em campo as estações são os drivers mais importantes a serem considerados no processo de restauração de áreas degradadas. Palavras-chave: FMA Nativo. Inoculação. Viveiro. Diversidade micorrízica. Substrato. Fluorescência da clorofila