Resumo OBJETIVO: Este estudo tem o objetivo identificar a prevalência da síndrome de abstinência em crianças após o uso de sedativos e analgésicos, os fatores associados e o papel do farmacêutico clínico. MÉTODOS: Realizou-se um estudo de caráter observacional, transversal, retrospectivo, descritivo, com abordagem quantitativa, através de amostra de conveniência e análise secundária dos dados. Por meio de consulta em prontuários eletrônicos de crianças admitidas na unidade de terapia intensiva pediátrica de um hospital de ensino na zona sul de São Paulo, entre os meses de abril de 2022 e abril de 2023, que necessitaram de terapia sedativa e analgésica, internados por período maior que 24 horas. RESULTADOS: A síndrome de abstinência ocorreu em 65% dos pacientes internados, a maior parte presente na faixa etária entre 0 e 12 meses (69,23%), que fizeram uso do analgésico opioide fentanil (65,38%), e a associação de midazolam, cetamina e dexmedetomidina (42,31%) como medicamentos para sedação. Todos os pacientes utilizaram metadona e lorazepam para desmame (57,69%). Observou-se que os pacientes com diagnóstico de síndrome de abstinência, foram os que utilizaram sedativos e analgésicos por maior período (média de 13 dias) e permaneceram maior número de dias na UTIP, média de 18,3 dias. CONCLUSÃO: Faz-se necessárias discussões de estratégias de monitoramento e prevenção, reavaliação constante da farmacoterapia empregada para sedação e analgesia, e participação mais ativa do farmacêutico clínico para gerenciamento adequado do uso destes medicamentos. DESCRITORES: Síndrome de abstinência, Unidade de terapia intensiva pediátrica, Sedativos, Analgésicos, Farmacêutico clínico.