Introdução: O iodo é um micronutriente essencial para o ser humano e parte constituinte dos hormônios tireoidianos. Ele está presente naturalmente na água de consumo e, em determinadas regiões, a concentração de iodo na água pode apresentar contribuição importante no consumo do micronutriente. Diante disso, determinar a concentração de iodo na água de consumo é fundamental para conhecer a contribuição desta na ingestão do mineral. Objetivo: Analisar a concentração de iodo na água de consumo e sua possível contribuição na ingestão do micronutriente. Metodologia: Este estudo faz parte do Estudo Multicêntrico de Deficiência de Iodo (EMDI-Brasil). As revisões sistemáticas foram elaboradas seguindo as recomendações do Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta-analyses (PRISMA) e avaliou-se a qualidade metodológica dos artigos incluídos em cada revisão sistemática por meio de instrumentos específicos. As amostras de água analisadas foram coletadas nas Unidades Básicas de Saúde de nove municípios que compõem as diferentes macrorregiões brasileiras, e do Distrito Federal. A coleta das amostras ocorreu nas estações climáticas verão, outono, inverno e primavera. Utilizou-se o método espectrofotométrico “leuco cristal violeta” para determinar a concentração de iodo na água. Para inferir a possível contribuição da água de consumo na ingestão de iodo nos diferentes grupos fisiológicos, considerou-se a ingestão hídrica recomendada pelo Instituto de Medicina dos Estados Unidos (2004). A Necessidade Média Estimada (EAR) de iodo foi utilizada para calcular o percentual do micronutriente na água de consumo e consequentemente, sua contribuição na ingestão de iodo nos diferentes grupos fisiológicos. Realizou-se estatística descritiva dos dados. Para verificar se houve diferença na concentração de iodo na água entre as estações climáticas do ano, de um mesmo local e entre as mesmas estações, em diferentes localidades utilizou-se os testes de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis e considerou-se significância ao nível de 5% (p<0,05). Resultados: Em relação às revisões sistemáticas, verificou-se que os fatores ambientais estão relacionados ao estado nutricional de iodo e que determinados fatores ambientais e químicos interferem na concentração do mineral na água de consumo. De acordo com os artigos originais, foram observadas diferenças significativas entre a concentração máxima e mínima de iodo nas amostras de água de uma mesma localidade. As concentrações máximas de iodo encontradas na água de consumo de Pinhais e de Viçosa poderiam contribuir com mais de 70,0% e de 50,0% na ingestão diária do micronutriente em todos os grupos fisiológicos, respectivamente. Entre as estações climáticas de uma mesma localidade, verificou-se diferença na concentração de iodo na água de consumo do município de Pinhais, entre as estações outono e verão (p=0,041) e inverno e verão (p=0,003). Também se verificou diferença na concentração de iodo na água nas estações verão, outono, inverno e primavera, entre as diferentes localidades (p<0,05). Conclusão: A água de consumo pode apresentar contribuição importante na ingestão de iodo e deve ser considerada na avaliação do estado nutricional do mineral. Além disso, o monitoramento da concentração de iodo na água é uma forma de evitar a ingestão inadequada do micronutriente e possíveis efeitos no estado de saúde da população. Palavras-chave: Iodo. Água Potável. Consumo Alimentar. Estado Nutricional. Saúde Pública.