Os subprodutos da indústria vitivinícola nacional, embora subvalorizados, constituem uma fonte de nutrientes e de compostos bioativos, potenciando-os como aditivos naturais. Reduzir a perda e o desperdício de alimentos é um dos grandes desafios para a reciclagem de recursos naturais e para o avanço de sistemas alimentares sustentáveis. Assim, algumas das dinâmicas científicas na gestão de resíduos alimentares incluem a valorização de subprodutos como fonte de compostos fenólicos para formulação de alimentos funcionais. Touriga Nacional é uma casta de uva tinta originária de Portugal. É a rainha das uvas portuguesas e que pelas suas qualidades para a vinificação, começa a ocupar cada vez mais espaço nas produções europeias, australianas e californiana. Alvarinho é uma casta branca, sendo a mais nobre das castas brancas do noreste ibérico, capaz de produzir um vinho de elevadíssima qualidade. Ambos os bagaços, enquanto subprodutos, apresentaram teores elevados de nutrientes (cinzas, proteína total, lípidos e carbohidratos). Por outro lado, também possuem teores consideráveis de fenólicos e flavonoides totais (25-41 mg EAG/g e 9,2-18 mg EC/g, respetivamente). Como era expectável, o teor de antocianinas foi evidenciado apenas no bagaço de uva tinta (37 mg/g), bem como a presença dos ácidos vanílico e siríngico. A quercetina, enquanto flavonoide, foi encontrada apenas na casta branca, reforçando o interesse pelos subprodutos das uvas brancas, uma vez que este flavonoide apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, antiproliferativas, propriedades antineoplásicas, antidiabéticas e antimicrobianas, podendo ter interesse como aditivo alimentar e/ou ingrediente nutracêutico na indústria alimentar.