Experimentos de manipulação podem contribuir para a compreensão do papel ecológico da serapilheira em ecossistemas florestais. No entanto, há poucos estudos desta natureza. Os efeitos da remoção da camada de serapilheira (RS) foram avaliados sobre a comunidade de artrópodes do solo em dois plantios abandonados de Corymbia citriodora, em diferentes estágios de regeneração natural de espécies nativas de Mata Atlântica. Armadilhas de queda foram instaladas aleatoriamente em 5 parcelas (5 x 20 m) de RS e controle (CT), no plantio com 19 anos de idade (P19: estágio menos avançado; maior participação da serapilheira de eucalipto) e plantio com 42 anos (P42: estágio mais avançado de regeneração; maior participação da serapilheira de espécies nativas), nas estações chuvosa e seca, na Reserva Biológica União, RJ, Brasil. A maioria dos grupos taxonômicos apresentou inibição da abundância com a RS, no P19 e P42. De uma maneira geral, Diptera, Poduromorpha, Pseudoscorpionida, Symphypleona e larvas de Coleoptera foram os principais grupos impactados negativamente pela RS. Por outro lado, alguns grupos foram favorecidos pela RS, principalmente Entomobryomorpha e Formicidae. A RS diminuiu a riqueza total, uniformidade e diversidade de artrópodes edáficos em ambos os plantios. Contudo, este efeito negativo foi mais importante no P19, no qual também ocorreu a diminuição da abundância total e riqueza média. O maior fechamento do dossel provavelmente minimizou o impacto negativo da RS sobre os artrópodes edáficos no P42.