O Brasil possui a maior produtividade florestal do mundo. Parte desse sucesso pode ser atribuído ao intenso trabalho de melhoramento genético de Eucalyptus realizado no país a partir da década de 1970. Embora apresente atualmente um grande número de materiais genéticos adaptados às diversas condições edafoclimáticas do extenso território brasileiro, eventos imprevisíveis associados a alterações climáticas – como a má distribuição das chuvas – são uma realidade para a qual o setor florestal precisa estar atento, de forma a prever e se antecipar à futuros desafios da silvicultura. Neste contexto, o presente trabalho objetivou identificar novos indivíduos e famílias híbridas com potencial de sobrevivência e crescimento mesmo em condições de déficit hídrico, e que também associam características de tolerância ao ataque de pragas e doenças. Para o caráter produtividade (IMA), foram observadas herdabilidades baixas a moderadas nos três sites avaliados. O site em Buritizeiro-MG se mostrou o local mais adequado para se praticar a seleção precoce aos 6 meses de idade para o caráter IMA, permitindo maiores ganhos de seleção e maior variabilidade genética entre os genótipos. Os cruzamentos entre (E. urophylla HE) x (E. camaldulensis) se destacaram na avaliação de potenciais progênies, potenciais genitores e potenciais clones tolerantes ao déficit hídrico para o caráter IMA. Cruzamentos envolvendo E. camaldulensis, E. brassiana e E. pellita estiveram entre as primeiras posições dos rankings, confirmando o potencial de introdução destas espécies em programas de melhoramento visando tolerância à seca. Foi desenvolvida e apresentada neste trabalho uma proposta inovadora de unir a seleção por crescimento em volume (tolerância seca) e tolerância genética a pragas e doenças. Os índices gerados se mostraram adequados, podendo apresentar aplicação prática em programas de melhoramento florestal. Palavras-chave: Eucalyptus. Déficit hídrico. Hibridação. Tolerância à seca. Tolerância a pragas.