O milho (Zea mays L.) é um dos cereais mais versáteis, apresentando grande adaptabilidade sob variadas condições em todo o mundo. Contudo, os cultivos de milho são atacados por insetos-pragas e, para minimizar o risco de perdas, utiliza-se cultivares transgênicos resistentes a alguns deles. Essa resistência decorre da inserção um ou mais genes de Bacillus thuringiensis (Bt) no genoma do milho, tornando-o geneticamente modificado. O milho Bt possui grande área de plantio e as suas principais pragas-alvo são Spodoptera frugiperda (lagarta-do-cartucho) e Helicoverpa zea (lagarta-da-espiga). O presente estudo objetivou determinar o desempenho de milhos Bt com as tecnologias transgênicas PWU, PW, Leptra, VIP3 e VTPRO3 no controle dessas principais lagartas que atacam a cultura do milho. Para isto, foram avaliados o grau da injúria foliar causada por S. frugiperda e a intensidade de infestação por lagartas em campos de milho nas safras 2020/2021 (Ano 1) e 2021/2022 (Ano 2) no município de Indianópolis, Minas Gerais, Brasil. Para a avaliação da injúria foliar provocada pela lagarta do cartucho foi utilizada a escala Davis, aos 25 dias e 35 dias após a emergência das plantas (DAE). Avaliou- se o número de lagartas presentes nas plantas, contabilizando-se aquelas maiores ou menores que 1,5 cm (3o instar) em dez plantas por parcela. Também se avaliou a área danificada (cm2) nas espigas e o número de lagartas nelas presentes. Os resultados mostraram que a infestação e a injúria foliar pela lagarta do cartucho foram condicionadas pela interação ano × tecnologia de milho Bt nas duas safras em que os dados foram coletados, tanto aos 25 quanto aos 35 dias após a emergência das plantas (DAE). Nas plantas de milho de 35 DAE, a densidade populacional de lagartas pequenas (< 1,5 cm) foi inferior no Ano 2 independentemente das tecnologias de milho Bt avaliadas. O grau de injúria na espiga variou entre os anos e as tecnologias de milho Bt, a interação entre o ano e tecnologia Bt foi significativa somente para S. frugiperda. A infestação por S. frugiperda foi maior na safra 2021/2022 enquanto a infestação e injúria por H. zea não diferiram. Também houve diferença entre as tecnologias de milho Bt na infestação por H. zea e danos na espiga por S. frugiperda. No milho não-Bt, as lagartas do cartucho cresceram acima de 1,5 cm, e causaram grau de injúria na escala de Davis em anos de alta (nota igual a 7) e baixa infestação (nota igual a 4). As plantas com as tecnologias Bt VTPRO3 e PW apresentaram notas de injúria na faixa de 3 a 5 na escala de Davis. Nas plantas expressando a toxina Vip3Aa não houve a presença de lagartas do cartucho e da espiga e nem injúria delas. Assim, pode-se concluir que as tecnologias de milho Bt PWU e Leptra são eficientes contra as duas espécies de lagartas, S. frugiperda e H. zea, e o risco de infestação e injúria por elas podem variar dependendo da safra ou ano de condução do cultivo. Palavras-chave: Bacillus thuringiensis. Infestação de lagartas. Injúria foliar. Milho Bt.