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Hipólito e Fedra nos caminhos de um mito
Autor(es):Jesus, Carlos A. Reservados todos os direitos. Nos termos legais fica expressamente proibida a reprodução total ou parcial por qualquer meio, em papel ou em edição eletrónica, sem autorização expressa dos titulares dos direitos. É desde já excecionada a utilização em circuitos académicos fechados para apoio a lecionação ou extensão cultural por via de e-learning. POCI/2010 Todos os volumes desta série são sujeitos a arbitragem científica independente.
Sumário
ApresentaçãoSe é bem verdade que a encenação de uma tragédia clássica exige dos artistas de teatro um mergulho teórico que, à partida e em conjunto com a labuta em sala de ensaios, dê consistência à representação em palco, tampouco é mentira o caminho contrário. Ou seja, é igualmente verdadeira a hipótese de que a praxis teatral é capaz de catapultar um aprendizado profundo do material poético que, a cada novo ensaio, a cada nova função, se depreende do confronto físico e emocional que toda a grande dramaturgia, dos clássicos aos contemporâneos, cobra. O presente volume, que nasce como desdobramento da encenação do Hipólito de Eurípides que o grupo Thíasos estreou na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra em abril de 2010, é prova cabal do imenso leque de reflexões que o teatro, já naquilo que possui de mais pragmático, é capaz de suscitar.Foi com uma bagagem de 17 produções dedicadas ao teatro de inspiração clássica que o grupo -atividade nuclear da linha de Pragmática Teatral da UI&D Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos da FLUC -chegou à montagem de Hipólito, adentrando, pela terceira vez, o universo de Eurípides 1 . Não obstante o preparo teórico e prático que tal empreitada exigiu ao grupo, a natureza universitária do Thíasos, por perceber o fazer teatral antes de mais no seu caráter pedagógico, pedia tacitamente aos envolvidos com a nova produção que o espetáculo resultante fosse além do efémero a que estão condenadas as artes da...