RESUMOA elastose perfurante serpiginosa é uma dermatose perfurante rara, encontrada sobretudo em adolescentes e adultos jovens, caraterizada pela eliminação transepidérmica de fibras elásticas anómalas. O único fármaco conhecido capaz de induzir elastose perfurante serpiginosa é a D-penicilamina.
INTRODUÇÂOA elastose perfurante serpiginosa (EPS) é uma entidade rara que pertence ao grupo das "dermatoses perfurantes primárias" onde se incluem a colagenose perfurante reativa, as foliculites perfurantes e a doença de Kyrle.
1O conceito "dermatose perfurante adquirida" é usado por alguns autores, em sentido lato, para incluir as formas primárias que surgem no contexto de diabetes mellitus, doença renal crónica, ou ambas.
2As dermatoses perfurantes são assim designadas por partilharem o achado histológico de perfuração epidérmi-ca com eliminação transepidérmica de tecido conjuntivo dérmico, e são em geral divididas de acordo com o tipo material expelido e o local da perfuração. Na colagenose perfurante reativa são eliminadas sobretudo fibras de colagénio, na EPS fibras elásticas, enquanto nas foliculites perfurantes o processo de eliminação ocorre através do epitélio do folículo piloso. [1][2][3] A EPS é encontrada predominantemente em adolescentes e adultos jovens, sendo até três vezes mais frequente no sexo masculino. 1 Esta entidade tem sido tradicionalmente classificada, por ordem decrescente de frequência, como idiopática -a maioria dos casos, reativa -cerca de 25 -40%, ou excecionalmente fármaco-induzida. [3][4][5] Entre os casos idiopáticos tem sido descrita associação familiar, com formas hereditárias autossómicas dominantes ou recessivas.5 A forma reativa pode ocorrer associada a síndrome de Down, síndrome de Marfan, síndrome de CASO CLÍNICO