Elementos para uma história da psicoterapia de grupo

Abstract

GeoRGes daniel JanJa BloC BoRis resumo: O texto discute a história da psicoterapia de grupo, destacando suas transformações até o surgimento dos grupos gestálticos. A história da psicoterapia de grupo revela sua evolução sócio-pedagógica. As primeiras propostas, eminentemente didáticas, exortativas e repressivas, foram seguidas pela inclusão da psicanalíse, permi tindo a ampliação do enfoque sobre o indivíduo para uma perspectiva interpessoal, que enfatizava o grupo como uma "família". O texto destaca o advento das propostas de Moreno, Adler, Burrow, Bierer, Lewin e Rogers, que criaram um vasto campo de atuação entre as psicoterapias humanistas, caracterizadas como "pedagogias da vida", voltadas aos recursos disponíveis nos grupos. É neste contexto que podemos incluir a ges talt-terapia, apesar de alguns limites quanto às suas ini ciativas grupais, pelo menos na prática de seu criador, Frederick Perls, e de alguns de seus seguidores. Para além de sua formação psicanalítica, Perls incorporou, a partir de sua própria experiência, uma série de influências, que vão desde o tea tro expressionista ao zen-budismo, passando pela análise do caráter, o psicodrama, até a fenomenologia e o existencialismo. Perls, que se conside rava um psicanalista medíocre, criou uma abordagem viva, que, hoje, integra o rol dos referenciais psicológicos mais reco nhecidos, particularmente no que se refere às práticas grupais.

Reflections on Clinical Reasoning in Gestalt Therapy

“…Based on the data we obtained, we observed, during the last five years, an increase in scientific production focused on therapy that envisaged public policies with publications in the areas of: Basic Health Care (Carvalho, Bosi, & Freire, 2009), Psycho-Oncology (Silva & Boaventura, 2011), Group Psychotherapy (Boris, 2014), Collective Health Care and Drug Addiction (Tessaro & Ratto, 2015), among others, what permits new modes of clinical reasoning and psychotherapeutic management in Gestalt-therapy.…”

O trabalho com grupos no Centro de Atenção Psicossocial para usuários de álcool e outras drogas

“…Marsh, além de psiquiatra, era pastor, e propunha diversas atividades coletivas visando a integração, como corais e teatros, com o objetivo de dinamizar as relações e promover maior adaptação ao ambiente hospitalar. Ambos propuseram formas de socialização que se constituíam em comunidades de tratamento, estimulando a criação de associações de ex-pacientes e encorajando o retorno destes ao hospital para darem depoimentos sobre a recuperação (Boris, 2014).…”

A Etapa Reflexiva: uma análise sobre o momento final do Grupo Comunitário de Saúde Mental

“…O trabalho com grupos como ferramenta dentro da atenção à saúde teve início nos primórdios do século XX. Embora alguns autores defendam a impossibilidade de definir quem foi o responsável por inaugurar essa vertente, amplo reconhecimento é dado a Joseph Hersey Pratt como pioneiro no atendimento grupal (Alonso & Lorenzo, 2004;Boris, 2014).…”

“…Nessas ocasiões, Pratt ensinava regras de higiene, noções médicas sobre cuidado com tuberculose, discutia as atitudes frente à doença, aos familiares e amigos, dava conselhos e procurava transmitir esperanças de cura, por meio de uma abordagem essencialmente educacional e de reeducação emocional. Além disso, elaborou técnicas como a propagação nos grupos de depoimentos dos pacientes que apresentavam melhoras e a prescrição do uso de diários e de tarefas a serem feitas em casa Boris, 2014;Silva Filho, 2015;Zimerman, 1958). O intuito desse trabalho, para Pratt, era o bem-estar e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, mantendo o foco na pessoa, ao invés da doença (Zimerman, 1958).…”

“…Os encontros ocorriam três vezes na semana e diferentes técnicas eram empregadas, como exercícios de canto e música e a prescrição de tarefas de casa. Marsh considerava que a socialização dos pacientes facilitava a mudança e que o grupo auxiliava na reeducação, sociabilidade e atividade operacional Boris, 2014;Zimerman, 1958). Posteriormente, promoveu reuniões comunitárias no hospital abrangendo os pacientes internados e os funcionários da instituição, e a partir desta iniciativa ampliou as discussões sobre os efeitos dos conflitos não resolvidos entre os membros do quadro pessoal na enfermidade e tratamento dos pacientes (Munich, 1996;Scheidlinger, 1996) Nesta época, muitos profissionais tiveram contato direto com as ideias de Freud, em Viena, e foram influenciados por ele.…”