Este artigo analisa a primeira década da Escola Regional de Meriti, instituição educacional privada, criada na vila de Meriti (atual Duque de Caxias/RJ), em 1921. As conexões entre os movimentos sanitarista e educacional da década de 1920, na Capital, fizeram surgir a ideia de modernização do Brasil através da criação de uma escola, para cuidar do corpo e do espírito das crianças do sertão. Esse empreendimento, liderado por Armanda Álvaro Alberto, contou com a participação e apoio de intelectuais da Capital Federal, como Edgar Sussekind de Mendonça, Francisco Venâncio Filho, Belisário Penna, Antonio Pacheco Leão, Edgar Roquette Pinto e Alberto Rangel. O conceito de regionalismo presente nos discursos dos participantes da Escola ressaltava a necessidade de levar educação e saúde aos sertanejos brasileiros. Começando pelas crianças, mas também aos responsáveis destas e, por fim, a todos os homens e mulheres do sertão. Assim, eles poderiam crescer fortes, saudáveis e com conhecimentos para que o país alcançasse o progresso. Havia uma perspectiva de manter o sertanejo no seu próprio lugar, sem a necessidade de buscar uma vida melhor nas cidades. E, ao mesmo tempo, o interesse de fazer com que cada região se desenvolvesse de acordo com suas potencialidades. A escolha da vila de Meriti, um sertão próximo à Capital, era a possibilidade de estar em um lugar de fronteira entre o interior e a grande cidade e de que os intelectuais partícipes da escola pudessem construir uma escola no sertão e debater nos círculos intelectuais da Capital.
Palavras-chave: educação; saúde; modernização; regionalismo; sertão próximo.