RESUMO.O estudo tem como objetivo identificar e analisar as Representações Sociais de corpo para homens após o adoecimento por câncer na próstata. Foram realizadas entrevistas narrativas com oito homens com idade entre 50 e 70 anos, diagnosticados com câncer na p róstata e que realizaram tratamento oncológico há pelo menos um ano. As entrevistas foram gravadas, transcritas e analisadas por meio da Abordagem Fenomenológica Interpretativa. Os resultados apontam que antes do adoecimento, os participantes representavam seus corpos como fortes, resistentes e saudáveis, tendo no modelo de masculinidade hegemônica um importante ponto de ancoragem para estas representações. A ausência de sintomas que provocassem desconfortos corporais contribuiu para a percepção de corpo sa udável. A busca por serviços de saúde somente ocorreu após a manifestação e agravamentos dos primeiros sintomas, que limitaram suas ações diárias e alteraram o seu cotidiano. O adoecimento por câncer na próstata e as propostas de tratamento oncológico, em especial, a prostatectomia, foram destacados pelos participantes como uma experiência marcante e produtora de grande desconforto físico e psicológico. Após o adoecimento, os homens passaram a representar os seus corpos como frágeis, doentes e debilitados. Os entrevistados chamam a atenção para o impacto das transformações corporais, especialmente aquelas relacionadas às disfunções sexuais e urológicas, nos modos de pensar, sentir e agir, em relação à própria masculinidade. Nesse sentido, as limitações impos tas pelo adoecimento e tratamento oncológico se contrapõem ao modelo de masculinidade hegemônica, favorecendo o sentimento de ser menos homem do que antes do adoecimento.
Palavras-chave:Câncer na próstata; masculinidade; representação social.
SOCIAL REPRESENTATIONS OF THE BODY AFTER THE ILLNESS BY PROSTATE CANCERABSTRACT. This study aims to identify and analyze the social representations of body for men after the illness from prostate cancer. Narrative interviews were conducted with 08 men with age s ranging from 50 and 70 years, diagnosed with this disease and who had undergone oncological treatment, for at least one year. The interviews were recorded, transcribed and analyzed using the Interpretative Phenomenological Approach. The results show that before the illness, the participants represented their bodies as strong, resistant and healthy taking in the hegemonic masculinity model an important anchorage point for these representations. The absence of symptoms that cause bodily discomforts contribu ted to the feeling of healthy body. The search for health services only occurred after the manifestation of the first symptoms and its exacerbations, which limited their daily actions and change their daily lives. Participants mentioned the illness by prostate cancer and oncological treatment proposals, in particular the prostatectomy, as a remarkable experience that producer of great physical and psychological discomfort. After the illness, the men began to represent their bodies as fragile, sick a...