No debate teórico sobre a empatia, há uma recente renovação do interesse pelo modelo husserliano. Após uma análise prévia sobre o lugar da empatia na fenomenologia transcendental, propõe-se uma investigação sobre como Husserl desenvolveu sua perspectiva, a partir de dois textos, em especial, nas Ideias II (Hua 4) e na Fenomenologia da Intersubjetividade (Hua 13, 14 e 15). Avalia-se inicialmente, nas Ideias II, qual é o papel da empatia, na constituição da realidade anímica. Em seguida, propõe-se, a partir da Fenomenologia da Intersubjetividade, uma análise sobre como Husserl desenvolveu os argumentos da apercepção analógica e do emparelhamento originário. A noção de emparelhamento surge por volta de 1927, em conexão com os estudos de Husserl sobre a síntese passiva e o aprofundamento sobre a fenomenologia genética. A fenomenologia da empatia torna-se, para Husserl, o fundamento de uma monadologia “com janelas”.