O objetivo deste artigo é verificar os efeitos imediatos da crise econômica brasileira sobre o nível de ocupação de diferentes grupos de trabalhadores para o Brasil e as unidades federativas e identificar os fatores explicativos das diferenças dos grupos no ajuste ocupacional. Para tanto, é aplicada a decomposição de Shapley, utilizando os microdados da PNADC para o período 2012–2017. Em função da crise econômica, os grupos de homens, menos escolarizados, adultos e não brancos sofreram as maiores perdas relativas de ocupação em relação aos grupos de mulheres, mais escolarizados, jovens e não brancos. As maiores reduções nas ocupações dos trabalhadores homens e adultos foram explicadas, sobretudo, pelos altos níveis de emprego pré-crise desses indivíduos e, no caso dos homens, por sua maior representatividade na indústria. Já os menos escolarizados e os não brancos foram, comparativamente, mais afetados devido à redução mais expressiva no nível de ocupação setorial desses trabalhadores.