“…Tal procedimento metodológico se mostrou importante, primeiro porque permitiu uma compreensão teórica do que era relatado nas páginas do Correio da Manhã, e sobretudo porque, como toda fonte histórica, cabe ao pesquisador, ao analisá-las, saber que elas são portadoras de pontos de vista, vieses e interesses particulares. O Correio da Manhã, até então o maior jornal em circulação no país, tendia a reproduzir o discurso oficial dos militares -principalmente, a partir de 1969, quando passou a ser controlado por empresários ligados a empreiteiras (Campos, 2018). Aliás, importante lembrar que o periódico foi a favor do golpe de estado que destituiu o governo de João Goulart em 1964 -muito embora, ao longo do regime repressivo, o jornal tenha feito oposição ao regime, inclusive sua sede sendo invadida e interditada, o que culminou no encerramento de suas atividades em 1974.…”