RESUMO: Introdução: Avaliou-se o efeito ajustado das características das empresas de saneamento na provisão da fluoretação da água de abastecimento público nos municípios brasileiros. Métodos: Estudo ecológico transversal com base no Censo Demográfico 2010, Pesquisa Nacional de Saneamento Básico 2008 e Atlas de Desenvolvimento Humano 2010. As variáveis independentes foram as características das empresas e dos municípios e o desfecho foi a falta de provisão da fluoretação. Estimou-se a razão de prevalência por meio de regressão de Poisson com variância robusta. Resultados: Incluíram-se 5.565 municípios brasileiros. Na análise ajustada, o desfecho foi independente e positivamente associado com municípios das macrorregiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste, que tinham taxas de cobertura de serviços de água e esgoto abaixo do valor mediano, menos de 10 mil habitantes e índice médio e baixo/muito baixo de desenvolvimento humano. Quanto ao efeito independente das características das empresas, tiveram maior probabilidade de não ofertar fluoretação todas as empresas classificadas como de administração indireta do poder público, ou sociedade de economia mista, ou economia mista de caráter público; as municipais e intermunicipais (razão de prevalência - RP = 1,21; intervalo de confiança de 95% - IC95% 1,19 - 1,23); e a prefeitura, quando única executora (RP = 1,22; IC95% 1,20 - 1,25). Conclusão: A falta de provisão da fluoretação da água foi maior quando o serviço era prestado preponderantemente por administrações municipais e empresas privadas, associadas ou não a entidades públicas, independentemente das características dos municípios.