A endometriose é uma doença crônica e benigna que afeta mulheres em idade reprodutiva, sendo caracterizada pelo crescimento de células endometriais fora da cavidade uterina, o que resulta numa reação inflamatória que pode estar associada à ocorrência de diversas comorbidades. Dessa forma, o presente estudo tem como traçar a relação entre os índices de desenvolvimento social com a dificuldade no diagnóstico da endometriose. Trata-se de uma revisão integrativa da literatura com abordagens descritivas e qualitativas, onde foram utilizadas as plataformas de pesquisa Scielo e Pubmed com base nos descritores endometriose, atraso, diagnóstico e desenvolvimento social, considerando trabalhos publicados entre 2017 e 2022 nos idiomas inglês e português. A endometriose apresenta caráter progressivo e é considerada um problema de saúde pública devido ao número de mulheres que são acometidas. Muitas vezes há necessidade de repetidas internações, bem como a realização de exames, alguns deles de alto custo, de modo que, tanto o Sistema Único de Saúde (SUS), quanto os planos/convênios, demoram a conceder autorização para a execução dos procedimentos. Sendo assim, aliando a complexidade a doença, a negligência dos sintomas e as condições de acesso à informação e à saúde, nota-se que um diagnóstico tardio cursa com grandes impactos na qualidade de vida da mulher. Além disso, a endometriose traz consigo a influência de marcadores sociais, levando em consideração a negligência dos sintomas por parte das pacientes e/ou profissionais de saúde, além dos elevados custos associados ao seu diagnóstico e tratamento, fazendo com que diversas mulheres tenham suas funções e atividades comprometidas como consequência da doença, por vezes, desconhecida.