A endometriose consiste na presença de glândulas e/ou estromas endometriais fora da cavidade uterina, seu sítio normal. Seus sintomas, que ocorrem principalmente durante o período menstrual, se apresentam de modo heterogêneo, podendo ser assintomáticos ou extremamente incapacitantes, razão pela qual internações hospitalares são bastante recorrentes. A doença, muito prevalente entre as mulheres brasileiras, atinge, em média, 15% das mulheres no menacme, das quais cerca de 70% manifestam dor pélvica crônica – a principal queixa. A presente pesquisa, que objetiva descrever como a endometriose e suas variáveis se comportam na população brasileira entre os anos de 2018 e 2023, foi realizada por meio de uma análise descritiva e retrospectiva de informações encontradas no DATASUS, considerando aspectos como: total de internações, faixa etária, cor, distribuição geográfica, taxa de mortalidade e número de óbitos. Observou-se, através de aprofundada verificação dos dados coletados, que, apesar de o número de internações notificadas ter sido considerável, a quantidade de óbitos segue com baixa prevalência. Além disso, constatou-se que a maior parte dos casos manifesta-se em caráter de urgência, entre mulheres de 20 a 24 anos de idade e residentes na região Nordeste. A patologia em questão, apesar de ainda ser considerada benigna, continua representando um grande desafio para os ginecologistas por se tratar de uma doença pouco conhecida, haja vista que a maioria das mulheres afirma nunca ter ouvido falar a respeito até a chegada do diagnóstico. A falta de informação implica, em significativa parte dos casos, atraso no diagnóstico e, assim, inúmeros podem vir a ser os prejuízos à qualidade de vida das pacientes.