RESUMO -O ácido retinóico vem sendo amplamente utilizado no tratamento anti-idade, em processos acneicos e de outras lesões cutâneas. No entanto, este retinóide é instável e, quando aplicado diretamente na pele, pode causar rubor e irritação. A fim de resolver esse problema, a encapsulação apresenta-se como um método propício, uma vez que é capaz de proteger o ácido retinóico de ações externas como a luz e o oxigênio, permitir a liberação controlada evitando efeitos adversos, além de promover uma estabilidade prolongada do composto. Assim, o objetivo deste trabalho foi desenvolver microcápsulas a partir da gelificação iônica de microemulsões contendo gelana ou -carragena para a encapsulação de ácido retinóico. As microcápsulas foram avaliadas em relação à microscopia, eficiência de encapsulação e estabilidade do ácido retinóico. Os resultados mostraram que a técnica utilizada promoveu a formação de microcápsulas contendo o óleo encapsulado, porém a eficiência de encapsulação do ácido retinóico foi muito baixa (inferior a 4%) e o ácido retinóico encapsulado foi totalmente degradado após 4 dias de armazenamento. A partir dos resultados pode-se concluir que a metodologia empregada não foi adequada para a encapsulação e proteção deste tipo de composto.
INTRODUÇÃOA microencapsulação é uma técnica que vem sendo usada há décadas, estando presente hoje em diversas áreas como a área farmacêutica, cosmética, alimentícia, dentre outras. Dentre as diferentes técnicas empregadas para encapsulação está a gelificação iônica, que é a formação de partículas gelificadas em escala micrométrica. Os compostos principalmente utilizados para o preparo dos microgéis são os biopolímeros, devido à sua biocompatibilidade, percepção como materiais naturais e desenvolvimento de estruturas com textura de sólido deformável (Burey et al., 2008).As microcápsulas têm como finalidade proteger o recheio de agentes externos como a luz e oxigênio, promovendo uma estabilidade prolongada no período de armazenagem e aplicação, além de permitir a liberação controlada e direcionada do ativo no local de interesse (Jenning e Gohla, 2001). Com isso, é possível aumentar a estabilidade de substâncias que podem se degradar facilmente em contato com o ambiente, ou que causariam efeitos colaterais quando aplicados diretamente, como o ácido retinóico (McClements, 2015;Lara, 2008).