Ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de graduação em Odontologia do Sudeste brasileiro: um estudo transversal

Abstract

O atendimento odontológico de pacientes surdos é considerado um desafio. A falta de contato dos estudantes com a Língua Brasileira de Sinais (Libras) durante a graduação pode ser um fator agravante da condição de saúde bucal desta população. Assim, o objetivo do estudo foi oferecer um panorama sobre a inclusão da disciplina de Libras nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação em Odontologia da Região Sudeste do Brasil. Consiste em um estudo exploratório, quantitativo e transversal. As matrizes curriculares dos cursos foram analisadas, buscando-se as informações referentes às variáveis: categoria administrativa da Instituição de Ensino Superior (IES), oferta e natureza do componente curricular e carga horária. A população do estudo foi constituída por 176 IES, das quais 32 não disponibilizaram suas respectivas matrizes curriculares. Observou-se que 125 cursos (86,8%) eram de IES particulares e 19 (13,19%) de públicas, com 83 (57,63%) oferecendo o componente curricular Libras em sua matriz, sendo que 71 (91,02%) das 78 IES que disponibilizaram a informação ofertam o conteúdo como opcional ou eletivo. A carga horária variou de 30 a 80 horas, com média de 49,7h. Conclui-se que a implementação da Libras ainda é discreta nas universidades públicas e mais concentrada nas IES privadas, sendo, em sua maioria, não-obrigatória.

Ensino da Língua Brasileira de Sinais nos cursos de Odontologia: análise da composição curricular das instituições públicas do Brasil

“…Consoante a essa ideia, Medeiros et al (2020) afirma que a oferta da disciplina de Libras de forma obrigatória na matriz curricular da graduação, propicia uma aproximação com o tema, motivando os acadêmicos para uma assistência humanizada e integral ao paciente com surdez.…”

“…Nesse aspecto, conforme a literatura, para que essa educação bilíngue seja satisfatória há necessidade de maior contato com a cultura da comunidade surda, transcendendo os limites da sala de aula. Assim, percebe-se que o ideal é que esse ensino seja de caráter teórico/prático a fim de aproximar o acadêmico à realidade do paciente surdo (Medeiros et al, 2020). Segundo Silva et al (2018), é fundamental que os acadêmicos tenham contato com os sinais específicos de Libras no âmbito da Odontologia e para que novos termos odontológicos sejam criados para os pacientes surdos.…”

“…Assim como as demais áreas da saúde, a Odontologia deve promover a inclusão dos pacientes surdos, atentando-se às suas necessidades especiais a fim de garantir um atendimento de excelência (Medeiros et al, 2020). No entanto, entende-se que a barreira de comunicação consiste em um grande desafio no atendimento odontológico a esses pacientes (Souza et al, 2020).…”

DTM e dor orofacial: perspectivas curriculares das faculdades de Odontologia do Sudeste brasileiro

“…6 Apesar disso, estudos detectaram lacunas no conhecimento de graduados das faculdades de Odontologia, que relataram sentir-se menos competentes em sua capacidade de diagnosticar DO em comparação com outros campos da Odontologia, demostrando uma deficiência na formação odontológica ao nível de graduação. [6][7][8] Compreendendo que uma das causas para esse quadro seja uma deficiência na matriz curricular, [16][17][18][19][20][21] No Brasil, a Lei de Diretrizes e Bases da [28][29][30] Simm e Guimarães destacam ainda que o número de horas dedicadas ao estudo dos mecanismos da dor nas faculdades de Odontologia brasileiras é insuficiente para o tratamento adequado de pacientes com dor na região orofacial. 27 Em nosso estudo, observamos uma carga horária média destinada à disciplina de DTM/DO de 58,98h, semelhante a outras disciplinas do currículo odontológico, como a Implantodontia.…”

Inserção da psicologia nos cursos de graduação em odontologia: contribuição na humanização do cuidado em saúde

“…1%), com a primeira modalidade sendo a mais observada em todos os estados. Todos estes dados encontram-se explicitados e detalhados na Tabela 1. da psicologia nos cursos de graduação em odontologia: contribuição na humanização do cuidado em saúde 4 • Clin Lab Res Den 2021: 1-7 Tabela 1 | Descrição dos dados encontrados, para as variáveis em estudo, por estados da região Sudeste.Inserção da psicologia nos cursos de graduação em odontologia: contribuição na humanização do cuidado em saúde 6 • Clin Lab Res Den 2021: 1-7 que este é um dos fatores que favorecem o quadro de ansiedade.24 Além disso, o processo de adoecimento e recuperação partem de uma série de fatores Importante ressaltar ainda que um dos fatores limitantes para a realização desse estudo foi a falta de informações disponibilizadas pelas instituições nas grades curriculares, conforme apontam também outros estudos com metodologias semelhantes, os quais são de extrema relevância para o aperfeiçoamento do ensino de excelência 15,[27][28][29][30][31][32][33][34]. Assim sendo, o número de IES que apresentam a disciplina de psicologia em sua grade curricular pode ser um pouco maior do que o mostrado no estudo atual, uma vez que 32 IES tiveram que ser excluídas da amostra.CONCLUSÃOO presente estudo possibilitou traçar um panorama da inserção da disciplina de psicologia nas grades curriculares dos cursos de odontologia da região Sudeste do Brasil.…”