O racismo estrutural impõe uma série de barreiras para o desenvolvimento do povo negro. No âmbito científico e acadêmico, esse racismo ganha uma face nebulosa quando, muito embora as ações afirmativas garantam o ingresso de jovens negros/as nas universidades, suas trajetórias são abreviadas pelas dificuldades impostas pelas limitações socioeconômicas. Obstáculos dessa natureza, em muitas ocasiões, cerceiam os planos acadêmicos da juventude negra nas universidades e ampliam a evasão escolar nos cursos de ciências/física. É neste bojo que se enquadra esta pesquisa. Enquanto, hegemonicamente, a população negra é alijada dos espaços acadêmicos (docência, principalmente), há, como consequência disso, o embranquecimento do corpo docente das academias e a invisibilidade de negros e negras como pesquisadores. Pautado em um referencial teórico decolonial e descolonizador dos saberes, este trabalho pretende apresentar uma sequência didática decolonial para turmas de física por meio da exibição e pesquisa de cientistas negros/as voltada para estudantes da educação básica. A sequência é composta de duas atividades geminadas, também denominadas decoloniais, que primam pela colaboração, pela participação ativa e pelo debate de ideias no processo de inserção de cientistas negros/as na rotina escolar.