Staphylococcus aureus está envolvido em infecções intramamárias de fêmeas em lactação, sendo o principal agente causador da mastite em bovinos (Cardoso et al., 2000). Algumas cepas desse microrganismo podem produzir uma grande variedade de toxinas extracelulares e de fatores de virulência (Matsunaga et al., 1993), cuja presença no leite e seus derivados pode representar sério problema de saúde pública (Ichikawa et al., 1996).Enterotoxinas estafilocócicas (SE) são os principais agentes de intoxicação de origem bacteriana no homem e têm sido relatadas em vários surtos de doenças transmissíveis por alimentos (Lamaita et al., 2005).As toxinas são termoestáveis (Cliver, 1994) e o período de incubação é bastante curto, variando de 15 minutos a 6 horas após a ingestão do alimento contaminado (Carmo, 2001). Segundo Bergdoll (1989), uma mesma cepa de S. aureus pode produzir mais de um tipo de toxina, que em quantidades inferiores a 1µg podem desencadear os sintomas de intoxicação, representados, principalmente por vômitos e diarréias. Casos mais graves podem ocorrer entre os récem-nascidos, idosos e pessoas acometidas por doenças crônicas imunossupressoras (Cliver, 1994 A detecção das SE e da TSST1 foi realizada pela equipe do doutor Luiz Simeão do Carmo, do laboratório de enterotoxinas estafilocócicas da Fundação Ezequiel Dias, que utilizou o método de placa de sensibilidade ótima (optimumsensitivity plate method -OSP) descrito por Robbins et al. (1974). Na Tab. 1 mostra-se que das 72 cepas de S. aureus estudadas, 66 (91,7%) apresentaram produção de pelo menos um tipo de toxina, isoladamente ou em associação, evidenciando, portanto, elevado grau de toxigenicidade. Revela, também, que 12 (16,7%) produziram apenas um tipo de toxina, enquanto 10 (13,9%) produziram, simultaneamente, até quatro SE, e que apenas seis (8,3%) mostraram-se negativas na produção das toxinas SEA, SEB, SEC, SED e TSST-1.