ResumoOs estudos sobre os ambientes metropolitanos tradicionalmente versavam sobre os arranjos institucionais, as dinâmicas de mobilidade/centralidade e os deslocamentos da população de baixa renda para a franja metropolitana. Essas perspectivas de análise associavam-se ao reconhecimento do crescimento das metró-poles e seu transbordamento para a periferia, o que atribuiu centralidade à preocupação com a produção do espaço. A discussão sobre o lazer, por sua vez, ganhou destaque com a modernidade, no que se convencionou chamar "lazer de massa". O lazer começou a ser compreendido, nessa concepção, a partir da relação com o trabalho, motivo pelo qual sua genealogia remonta à Europa urbana e industrial do século XIX. Surgem, a partir dessas aproximações, duas proposições que permitem reconhecer a simbiose entre metrópole e lazer. A primeira é a de que a urbanização, associada à evolução dos meios de transporte, aumentou a demanda pela produção de espaços de lazer. A segunda é a de que as atividades de lazer exigiram arquiteturas funcionais para servir, especialmente, aos interesses dos grupos abastados. Ao mirar a análise na produção do espaço, enxergamos o lazer como atividade programada pelos atores ligados ao mercado imobiliário, que se aproveitam dos estoques de terra fora do polo metropolitano para implantar condomínios de chácaras para segunda residência.
Palavras-chave: Metrópole; Lazer; Condomínios de chácaras
AbstractStudies on metropolitan environments have traditionally focused on institutional arrangements, on mobility/ centrality dynamics, and on the commutes of the lower classes to metropolitan fringes. These analytical perspectives stem from acknowledging the growth of metropoles and their suburban sprawl, factors which made the concern over the production of space a central topic of debate. Discussing leisure, in turn, gained renown with the advent of modern times, being commonly referred to as 'mass leisure'. From this perspective, leisure began to be viewed in its relationship to work, which is why its origins can be traced back to nineteenth-century urban and industrial Europe. Two propositions stemming from this relationship make it possible to endorse the metropolis and leisure symbiosis. The first is that urbanization, combined with the evolution of transportation, increased the demand for leisure spaces. The second is that leisure activities required functional architectures that mainly served the interests of wealthy groups. By focusing on the production of space, this paper regards leisure as an activity programmed by real estate actors, who take advantage of land stocks available outside metropolitan centres to establish country house condominiums as second homes.
Key words: Metropolis, Leisure, Country House Condominiums
ResumenLos estudios sobre los entornos metropolitanos, tradicionalmente, han versado sobre los arreglos institucionales, las dinámicas de movilidad/centralidad y los movimientos de la población de bajo ingreso para la periferia metropolitana. Estas perspectivas de análisi...