Neste texto apresentamos experiências musicais que desenvolvemos na fanfarra de uma escola municipal em Blumenau/SC, no período de 2017 a 2022, com o objetivo de discutir de que forma essas práticas podem proporcionar, além do conhecimento específico em música, o acesso à cultura, interações sociais e uma possível educação estética. A partir desse relato, problematizamos como as interações sociais podem reverberar na vida dos estudantes e de outros membros da comunidade, de forma a promover espaços de mediação cultural. Outro aspecto debatido foi a forma com que os participantes da fanfarra e demais envolvidos em ensaios e apresentações se relacionam com a arte e em como isso pode significar experiências estéticas que tocam a dimensão sensível do sujeito. Apresentamos, ainda, discussões a respeito da potência da escola como espaço cultural, que possibilita as ações que promovem uma forma específica de acesso à arte, e reflexões acerca do papel do professor como mediador cultural, que pensa e planeja as diferentes formas de acesso à arte. Por fim, concluímos que as práticas musicais na fanfarra proporcionam experiências estéticas que contemplam diversas áreas da formação humana, portanto não estão limitadas ao aprendizado mecânico e repetitivo em música.