Envolvimento da metilecgonidina, produto de pirólise da cocaína, na farmacodependência

Abstract

Aprendi que devemos controlar nossos impulsos em determinadas situações; que é preciso ter perseverança para enfrentar certas dificuldades; que de ideias absurdas surgem grandes projetos; que o caminho tortuoso, por mais obstáculos que ofereça, gera um conhecimento e uma experiência inenarráveis; que a confiança é imprescindível para a continuidade de um trabalho; que "vale ressaltar", "ainda" e "é importante mencionar" são expressões que Ao André Nakasato, à Dra. Carolina Dizioli Rodrigues de Oliveira e ao Prof. Dr.Mauricio Yonamine, pela amizade e ajuda na determinação das concentrações plasmáticas.Ao Dr. Fernando Maurício Francis Abdalla, pela imensa colaboração nos ensaio de competição com radioligantes em tecido.Aos alunos do programa de pós-graduação em Toxicologia, em especial ao Zeca, à Bel, à Lorena, à Sarah e ao Tiago, pelas risadas, desabafos e companhia nos cafés no decorrer dessa jornada.À Samantha e à Nancy, pelo empenho, dedicação e ajuda durante esse percurso.À dona Luzia, pelo carinho e por proporcionar um café delicioso que, muitas vezes, salvava nossos dias.Aos alunos e ex-alunos do laboratório da Profa. Dra. Rosana, em especial à Mariana, às Priscilas, ao André, ao Rodolfo e ao Lucas, boas recordações e risadas, especialmente em território chileno.Aos funcionários e ex-funcionários do LAT, especialmente ao Ângelo, à Beatriz e à Luma, pela amizade, carinho e suporte durante essa trajetória da minha vida. O crack é a forma fumada de administração da cocaína com o maior potencial para causar dependência. Até 80% da sua fumaça consiste no produto de pirólise da cocaína, a metilecgonidina (AEME). Apesar do vasto conhecimento acerca dos efeitos e prejuízos causados pela cocaína, nenhum trabalho avaliou os efeitos da AEME na farmacodependência, objetivo deste trabalho. Ratos adultos machos Wistar foram expostos à salina, à AEME 3 mg/kg, à cocaína 15 mg/kg e a associação entre cocaína e AEME, intraperitonealmente, em duas situações: 1) exposição prolongada (administração todos os dias, por 9 dias); 2) sensibilização comportamental dependente de contexto (administração em dias alternados, por 5 dias e 7 dias de abstinência, seguido do desafio). A dose de AEME foi definida pela avaliação da atividade locomotora em teste agudo. A AEME foi capaz de aumentar a atividade locomotora após exposição prolongada e potencializar a expressão da sensibilização comportamental dependente de contexto induzida pela cocaína. A concentração de dopamina e seus metabólitos aumentaram no caudado-putâmen em todos os grupos, sendo observado um sinergismo entre cocaína e AEME no grupo da associação. No núcleo accumbens, foi observado aumento de dopamina apenas nos grupos cocaína e associação. Paralelamente, houve aumento da relação p-CREB/CREB 60 minutos após a administração aguda de AEME 3 mg/kg e cocaína 15 mg/kg, tanto no caudado-putâmen quanto no núcleo accumbens, assim como nos grupos cocaína e associação após a sensibilização comportamental dependente de contexto. Com a finalidade de determinar o mecanismo de ação da AE...

Investigação de adulterantes em amostras de cocaína apreendidas na região de Araçatuba no período de 2014 a 2015

“…O presente estudo demonstrou que o éster de metilecgonidina é recorrente na cocaína da região abordada, tendo sido detectado em mais de 78% das amostras estudadas, o que pode ser decorrente do clima quente do local, bem como do tipo de armazenamento e transporte das amostras, que podem provocar a degradação térmica do entorpecente. A elevada frequência do éster de metilecgonidina nas amostras é uma informação valorosa em investigação de origens geográficas, e no que tange à saúde dos usuários, pode ser um potencializador dos efeitos tóxicos causados pelo uso contínuo da cocaína, devido à reportada toxicidade cardíaca [21,22]. Em frequência muito mais baixa quando comparado ao éster de metilecgonidina, também foram detectados os alcaloides cinamoilcocaína e norcocaína, em 9,78% e 6,53% das amostras, respectivamente.…”

“…A confecção dos mapas e análises estatísticas descritivas foram realizadas no RStudio Versão 1.1383.0. O EME é um produto da pirólise ou decomposição térmica da cocaína, por isso comumente ingerida por usuários de crack [21], que demonstrou causar toxicidade respiratória e cardíaca [22]. No presente estudo o EME foi detectado em mais de 78% das amostras avaliadas, o que pode constituir uma peculiaridade da cocaína da região abordada, provavelmente decorrente do clima quente do local, e/ou do tipo de armazenamento e transporte das amostras que ali ocorre, que podem levar à degradação térmica do entorpecente.…”

Investigação de adulterantes em amostras de cocaí­na apreendidas na região de Araçatuba no perí­odo de 2014 a 2015

“…al, 2005). O presente estudo demonstrou que o éster de metilecgonidina é substância recorrente na cocaína de rua da região abordada, tendo sido detectado em mais de 78% das amostras estudadas, o que pode ser decorrente do clima quente do local, bem como do tipo de armazenamento e transporte das amostras, que podem provocar a degradação térmica do entorpecente.A elevada frequência do éster de metilecgonidina nas amostras é uma informação valorosa em investigação de origens geográficas, e no que tange à saúde dos usuários, pode ser um potencializador dos efeitos tóxicos causados pelo uso contínuo da cocaína, devido à reportada toxicidade cardíaca(GARCIA, 2014 e PAUL, 2005.Em frequência muito mais baixa quando comparado ao éster de metilecgonidina, também foram detectados os alcaloides cinamoilcocaína e norcocaína, em 9,78% e 6,53% das amostras, respectivamente.A presença de isoformas do alcalóide natural cinamoilcocaína nas amostras de cocaína indica que tais amostras sofreram menos etapas de oxidação/purificação em relação àquelas em que não foram detectados estes compostos. Amostras com esta característica foram encontradas nas maiores cidades abordadas, a saber, Araçatuba, Birigui e Penápolis, o que pode ser indicativo de que a cocaína aporte nestas cidades e depois sejam submetidas a outros processos de purificação.…”