RESUMO -A decrescente produção de petróleo incentivou os estudos na área de biocombustíveis e atualmente o biodiesel já está incorporado ao diesel. Uma alternativa para a produção do biodiesel é a hidroesterificação, que possibilita o uso de matérias-primas de alta acidez, além de produzir uma glicerina mais pura do que o processo de transesterificação. O presente trabalho estudou o efeito da temperatura e do pH na etapa de hidrólise empregando a enzima comercial Lipozyme RM IM e óleo de crambe. As condições empregadas foram de 25g de óleo de crambe, 2,2% de enzima da massa total, razão molar água/óleo 10:1 e nível rotacional de 790 rpm. Amostras foram obtidas para um tempo reacional de 30 horas. A máxima acidez obtida utilizando água foi 64,52% à 45°C. Porém a 28°C atingiu-se 64,16%, concluindo-se que altas temperaturas não são necessárias para um bom rendimento da reação. Analisando o efeito do pH, o maior índice de acidez foi 26,63% com pH 7 e os demais básicos não tiveram significativo aumento de conversão. Sendo assim, a água é suficiente para as reações de hidrólise enzimática do óleo de crambe.
INTRODUÇÃOA maior parte da energia consumida no Brasil provém do petróleo que é uma fonte limitada e não renovável o que tem causado preocupação visto que a produção de petróleo deverá ser cinco vezes menor que a atual até 2050. Além disso, o aquecimento global incentivou uma intensa busca por combustíveis renováveis (Santos e Pinto, 2008;Puquevicz et al., 2008).O biodiesel é uma alternativa para o diesel e é derivado de fontes renováveis como óleos vegetais e gordura animal. Ambas não podem ser utilizadas diretamente nos motores a diesel, pois a gordura animal possui grande quantidade de ácidos graxos livres que solidificam-se em temperatura ambiente, enquanto o óleo vegetal tem elevada viscosidade e baixa volatilidade além de ser poli-insaturados (Hanna et al., 2009). No entanto, tanto óleos quanto gorduras servem de matéria-prima para a produção do biodiesel que é definido como uma mistura de mono álquil ésteres de ácidos graxos (Puquevicz et al., 2008). Este combustível oferece menos desgaste do motor, melhor lubrificação e quando queimado, produz poluentes menos prejudiciais à saúde humana se comparados ao diesel (Tavares, 2014).Dentre os vários processos utilizados para a produção de biodiesel o mais utilizado é a transesterificação homogênea a qual emprega, geralmente, hidróxido de sódio ou de potássio